Previous Page  23 / 60 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 23 / 60 Next Page
Page Background

S

eis anos depois da deflagração da Operação Eclésia,

poucos condenados estão presos, nenhum centavo foi

devolvido aos cofres públicos nas ações civis públicas,

apenas dois condenados estão efetivamente no Instituto de

Administração Penitenciária (Iapen), existe uma série de re–

cursos pendentes, ações de exceção de suspeição contra juízes

e desembargadores, tentativa de acordo de leniência e até re–

solução da Assembleia Legislativa suspendendo andamento

de ações penais contra deputados, além do pedido de um con–

denado para deixar a prisão e fazer doação de rim para um

amigo que mora em Brasília.

Como resultado de apenas duas ações penais criminais jul–

gadas pelo Tribunal de Justiça do Amapá, estão presos (cum–

primento antecipado de pena) o deputado afastado Moisés

Souza, os ex deputados Edinho Duarte e Agnaldo Balieiro, os

ex servidores LindembergAbel Nascimento (que chegou a ser

comandante da Polícia Militar do Amapá) e Edmundo Tork, e

o casal de empresários Marcel e Manuela Bitencourt,

da empresa Marcel S. Bitencourt- ME, que recebeu R$ 397 mil

da Assembleia por serviços não prestados.

Desses, apenas Moisés Souza e Edinho Duarte estão no

• Plenário do Tribunal de

Justiça do Estado do Amapá

durante um dos julgamentos de

processos da Operação Eclésia,

que foi deflagrada pelo

Ministério Público local ePolícia

Civil em 22 de maio de 2012.

Iapen por terem perdido prisão domiciliar em razão da quebra

de regras estabelecidas pela Vara de Execuções Penais (VEP).

Edmundo Tork, Marcel e Manuela Bitencourt cumprem prisão

domiciliar; e Abel Nascimento (coronel da reserva) cumpre

prisão no quartel da Polícia Militar com direito a sair para es–

tudar e trabalhar em uma faculdade particular que lhe garan–

tiu até emprego. Agnaldo Balieiro apenas dorme no Iapen.

Odeputado Moisés Souza, que chegou a arguir a suspeição

de três desembargadores do Tribunal de Justiça do Amapá,

sendo derrotado no STF, também teve negada licença pelo Tjap

para viajar a Brasília, para fazer doação de um rim a um amigo

dele que estaria sofrendo com problemas renais. Os condena–

dos cumprem penas que vão de cinco a 13 anos de prisão.

Porém Moisés já foi condenado em pelo menos três ações pe–

nais e a mais de 20 anos de prisão.

OPleno do Tribunal de Justiça, por maioria, acolheu ques–

tão de ordem para anulação dos efeitos de resolução da Aleap

que suspenderia o curso da ação penal 1.319, que protegeria

o atual presidente da Casa de Leis, Kaká Barbosa, uma vez que

sustava o andamento da ação penal contra ele, enquanto esti–

vesse no mandato. Kaká também é réu na ação.

Revista

DIÁRIO

- Edição 27- 23