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Aumento parcial do calado eleva em

O

estudo a ser realizado pela

Marinha do Brasil vem num

momento em que o agrone–

gócio e a mineração são debatidos

à exaustão no Amapá. De maneira

geral, a demanda do estado pelo in–

cremento da sua capacidade de re–

ceber navios bem maiores - de

acordo com tendência do mercado

internacional - acaba sendo impul–

sionada pela conjuntura nacional,

pois o Brasil também discute infra–

estrutura de transporte, especial–

mente após a greve dos

caminhoneiros, em maio deste ano,

bem como a grita por novos portos

feita pelos estados produtores do

Centro-Oeste. Quem, historica–

mente, atende a essas regiões pro–

dutoras são os portos de Santos

(SP) e Paranaguá (PR), terminais

que viraram sinônimo de atrasos,

filas intermináveis e um enorme

gargalo para a agricultura brasi–

leira - além do que o transporte ro–

doviário é infinitamente mais caro

que o fluvial e o ferroviário, alter–

nativas que os portos do Norte

podem vir a oferecer. Uma carreta

percorre 2,8 mil quilômetros até

à

região Sul.

•MARINHA

Para entender a capacidade da

Marinha do Brasil em novamente

atender a esse chamamento do

país, a reportagem viajou até

Belém (PA), onde está a mais alta

autoridade da Força Naval na re–

gião compreendida pelo 4º Distrito

Naval (Pará, Amapá, Maranhão e

Piauí), que é comandada pelo almi–

rante Edervaldo Teixeira. Omilitar

disse que um convênio na ordem

de R$ 6 milhões foi celebrado entre

o Dnit (Departamento Nacional de

Infraestrutura de Transporte), a

UFRJ (Universidade Federal do Rio

de Janeiro) e a Marinha do Brasil

para viabilizar esse novo levanta–

mento náutico da Barra Norte do

Rio Amazonas. "Em breve teremos

aquela região toda cartografada, o

que vai colocar uma grande facili–

dade para que o Porto de Santana

possa receber navios com maior

capacidade de carga, com possibi–

lidade muito grande de reduzir–

mos o custo Brasil", avalia o

comandante.

Ele inclusive autorizou a en–

trada da

Revista Diário

nas de–

pendências do Serviço de

Revista

DIÁRIO

-

Edição 29 -

58

Hidrografia e Navegação do

Norte, unidade da Marinha tam–

bém sediada na capital do Pará,

comandada pelo capitão de fra–

gata João Bittencourt. Ele condu–

ziu a reportagem a conhecer o

navio hidroceanográfico Garnier

Sampaio, responsável pela reali–

zação do levantamento náutico,

com estudos de batimetria, com

emprego de equipamentos como

o marégrafo, que mede o movi–

mento e as variações de maré.

Disse que a Barra Norte é uma re–

gião sensível para a Marinha, de–

vido

à

navegação intensa e os

movimentos dos bancos areno la–

mosos gerados pelo encontro das

águas do rio Amazonas com as do

oceano Atlântico. "A energia ali

demandada é muito grande; são

170 mil metros cúbicos de água,

na média, que desembocam na

foz", explica Bittencourt.

•PUBLICAÇÃO

Os primeiros estudos já leva–

ram o 4º DN a aumentar em 20

centímetros o calado máximo na

região, segundo Portaria baixada

pelo almirante Edervaldo Teixeira.