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Comportamento

ClaudlaOliveira

Psicóloga clínica - CRP 10-3480

O

medo de

ficar

"O

medo de ficar

me apavora

Eeu me desespero

Só me resta pedir

sua ajuda

Pedir que você

não me deixe

meu amor".

Diana

A

lgumas pessoas, não conseguem ter–

minar um relacionamento e ficar um

tempo só, sentem a necessidade de

engatar outra relação logo em seguida. Pa–

rece, muitas vezes, uma tentativa de preen–

cher o vazio que a pessoa deixou. Relaciona–

mentos assim, tendem a ser frágeis, visto

que não há uma solidez, um envolvimento

mais profundo, ficando na superficialidade.

Com o tempo, a pessoa percebe que a com–

panhia daquela pessoa parece não estar su–

prindo o vazio que se pensa ter sido deixado

pelo outro, gerando uma insatisfação, um

desânimo. Quando se termina um relaciona–

mento, temos que lidar com conflitos e to–

dos aqueles sentimentos que ainda restam.

É

preciso um tempo para analisar o que

aconteceu, refletir sobre a situação e pensar

no que se quer. Dessa forma, precisa-se to–

mar cuidado para que a pessoa não venha

para a sua vida como um anestésico para as

dores emocionais que muitas vezes preci–

sam ser experenciadas, afinal, é oportunida–

de de amadurecimento.

Ficarmos um tempo sós, facilita nos

orientarmos melhor, para que possamos ela–

borar os conflitos que ficaram e assim esta–

belecer um melhor entendimento. Vale res–

saltar que não estamos falando de isolamen-

to social, de forma alguma. Estamos falando

de "estarmos sós, sem sermos sós".

O médico psiquiatra Flávio Gikovate diz

que: "A solidão é boa, ficar sozinho não é

vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade

à

pessoa. As boas relações afetivas são ótimas,

são muito parecidas com o ficar sozinho,

ninguém exige nada de ninguém e ambos

crescem. Relações de dominação e de con–

cessões exageradas são coisas do século pas–

sado. Cada cérebro é único. Nosso modo de

pensar e agir não serve de referência para

avaliar ninguém. Muitas vezes, pensamos

que o outro é nossa alma gêmea e, na verda–

de, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso

gosto".

Ficar só é oportunidade de travar um diá–

logo interno e assim descobrir um potencial

que somos capazes de desenvolver ou des–

cortinar um poder que já temos. Somos seres

completos, não somos metade de uma laran–

ja.

A

harmonia, a alegria de viver, independe

do outro. Ela está dentro de cada um de nós.

Ao conseguir isso, podemos entrar numa re–

lação, de forma plena, completa, sem os va–

zios que erroneamente responsabilizamos

os outros. Vazios esses que são nossos e que

somente nós podemos preenchê-los.

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