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Riqueza

CláudiaOliveira

Psicóloga clínica

A Influência

damúsica no

comportamento

humano

Consultório Psiqué

Avenida FAB, 1070 - Sala 306 - Edifício Macapá Office - 98127-0195

Revista

DIÁRIO

- Novembro 2015 -

5

Comportamento

CláudiaOliveira

"Semamúsica,

a vida seria umerro''.

(Friedrich Nietzsche)

Q

uem nunca se emocionou ao escutar

uma música? Quem nunca lembrou de

alguém, de um lugar, de um aconteci‐

mento ao ouvir uma música? Você já se imagi‐

nou dançando, sem o som de uma música? Já

imaginou um ilme sem uma trilha sonora? Já

imaginou uma festa sem música? Impossível,

não é mesmo? Isso porque a música gera emo‐

ções, tendo uma força enorme sobre o com‐

portamento humano.

Ao penetrar na mente de uma pessoa as

frequências desencadeiam mecanismos cere‐

brais capazes de projetar, a nível consciente,

imagens, recordações, histórias vividas, ouvi‐

das, sensações táteis, gustativas, olfativas. En‐

im, traz à tona a bagagem de informações ar‐

mazenadas na memória e que foi registrada

juntamente com uma frequência sonora mu‐

sical do passado.

As emoções geradas através da música

chegam a influenciar diretamente no sistema

imunológico. Pesquisas mostram que bebês

nas UTIs sendo expostos ao som de músicas

clássicas melhoram de forma considerável,

aumentando suas resistências. Pacientes

com a doença de alzheimer, tratados com o

auxílio da musicoterapia, podem ter estimu‐

lados os sistemas de memória.

As emoções e o sistema imunológico estão

intimamente ligados e dependentes um do ou‐

tro, por exemplo, se uma pessoa estiver emo‐

cionalmente vulnerável, fragilizada ou depri‐

mida, ou escutando uma música triste que traz

recordações infelizes, seu sistema imunológi‐

co também será afetado, provocando uma bai‐

xa concentração de anticorpos no organismo,

e por sua vez criará uma predisposição para o

desenvolvimento de doenças.

É notório, também, que a música confere

uma coesão social. Desde cedo as crianças

aprendem o “Parabéns pra você”, desde cedo

experimentam as cantigas de ninar cantadas

pelas mães, que os embalam. E isso tudo me‐

xe com emoções, lembranças e consequente‐

mente in luencia diretamente no comporta‐

mento humano.

O psicólogo Steven Pinker, da Universidade

Harvard, compara a música a uma “guloseima

auditiva”, feita para “pinicar” áreas cerebrais

envolvidas em funções importantes. Os sons

nos afetam de forma individual, manipulando

nosso humor, favorecendo a exteriorização de

nossas emoções, seja para energizar, acalmar,

promover a forma ísica.