Revista Diário - 6ª Edição - Maio 2015
Revista DIÁRIO -Maio 2015 - 67 A quela molecada da Veiga Cabral ou dos padres ins‐ pirou a criação do Juventus, time que fez época em Macapá, chegando a disputar, pela ordem, as se‐ gunda e primeira divisões do futebol oficial da cidade. Pelo Juventus, Haroldo Pinto foi campeão. Depois, passou para o Macapá, uma das forças maiores do futebol da época. Santana surgiu como o próximo clube, levado já com o oferecimento de um salário, o mínimo. Por fim, o São José, equipe na qual encerrou a carreira de jogador, sempre como meio de campo, armando jogadas, deixan‐ do os atacantes na cara do gol. O craque lembra que o jogo mais memorável de sua carreira foi entre as seleções do Amapá e Maranhão. Não que tenha feito uma brilhante partida ou decidido o em‐ bate com um golaço. Os amapaenses venceram por 2 a 1. O jogo foi memorável para Haroldo porque ele foi pra campo como reserva, tendo perdido a posição para Elair. Em determinado momento do prélio a torcida começou a pedir Haroldo!, Haroldo!, Haroldo!, Haroldo! ... Mediante a pressão, o técnico Dezesseis, da Seleção Amapaense, não teve outra coisa a fazer senão colocar o baixinho emcampo, e tirar Elair que assim voltou para a condição de reserva. Haroldo Pinto temmuitas histórias pra contar sobre o futebol. Ele gosta tanto do esporrte que até esquece a sua trajetória de empresário bem sucedido. Uma dessas histórias é a amargura que sente ao ver atualmente os estádios vazios com um futebol jogado sem craques, jo‐ gadores sem vontade de vencer, de defender a camisa que vestem. O ex craque não entende porque na época do futebol amadorístico do Amapá os jogos enchiam os campos de torcedores; a crônica esportiva vibrante ao extremo; os diretores, responsáveis, tirando dinheiro do próprio bolso para suprir necessidades dos clubes. Até os joga‐ dores faziam despesas pessoais, como ele mesmo, Ha‐ roldo, que tantas vezes comprou a sua chuteira, o meião, o calção para jogar...tudo para bem representar o seu time e fazer a torcida feliz. Ah, o tempo é assim, inexorável, porémmuitas das ve‐ zes não aproveitado e valorizado pelo homem que se dei‐ xa levar por valores distantes da alegria, da solidarieda‐ de, da união e da vibração que o futebol proporciona. ●
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