Revista Diário - 6ª Edição - Maio 2015

O conhecimento da fisiologia da circula‐ ção se origina em tempos imemoriais pela observação do coração e de vasos dos pacientes. Atribui‐se a Imhotep (3000 a.c.), médico egípcio elevado à categoria de se‐ mideus. O relato da existência do coração liga‐ do a canais que se distribuem pelo corpo, as‐ sinalando também a presença do pulso. O egípcio contava o pulso durante a palpação e recomendava o seu exame e ausculta direta do coração como a fonte do pulso. Hipócrates acreditava que a opeplexia, co‐ nhecida como derrame, era devida a pletora cerebral, recomendando a venossecção para diminuir a pletora. Observando pacientes com ferimentos na cabeça, concluiu que a paralisia ocorria do lado oposto ao lesado. O escritor Cornelius Celsius compara o au‐ mento da frequência e da dureza do pulso com o exercício, a paixão e a chegada do médico. Observe que a hipertensão do jaleco branco não é recente. A importância da avaliação do pulso, nessa época, está referendada na frase de Lucius Sê‐ neca (4 a.C – 65 d.C) – o médico não pode prescrever por carta, nós precisamos sentir o pulso. A ciência muitas vezes evoluiu a passos lentos. Importantes descobertas não são acre‐ ditadas ou esquecidas. Apesar da descrição de varios tipos de pulso desde as antigas civiliza‐ ções, e dos estudos de Harvey, a primeira men‐ suração da pressão arterial só foi realizada em meados do século XVIII. Portanto, desde de tempos imemoriais an‐ tes de Cristo, observação e medida do pulso e da pressão arterial se constitui em ferramen‐ tas essenciais na avaliação de um paciente, e apesar do surgimento de equipamentos de úl‐ tima geração para avaliação de nossos pacien‐ tes, a evolução histórica dos nossos avanços são instrumentos fundamentais para acompa‐ nhamento de todos os paciente em nosso dia a dia como médico. ● ViverBem DoutorCláudioLeão, clínico geral e coordenador da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital São Camilo. Pressão arterial, uma longa história Revista DIÁRIO -Maio 2015 - 58 Cláudio Leão A medição da pressão arterial é provavelmente o método de diagnóstico mais amplamente utilizado na prática médica. Todos os médicos, especialistas ou não, deveriammedir e interpretar a PA, para estabelecer o diagnóstico correto. Nas escolas médicas, os pacientes não são adequadamente examinados se a pressão arterial não for corretamente medida.

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