Revista Diário - 6ª Edição - Maio 2015

Revista Diário – A questão da energia elétrica já está resolvida, com a interligação do estado ao Sistema Integrado Nacional, passando a ter energia elétrica de sobra para fomentar o setor industrial. Mas esbarramos no setor fundiário, por conta das peculiaridades do ex território. A falta de regularização de terras pode impedir a instalação de negócios e a atração de investimentos para o Amapá? Jorge Amanajás – Veja bem: desde o início da atual gestão essa vem sendo uma preocupação constante e núcleo de todo esse trabalho. As terras que eram de propriedade da União já foram transferidas legalmente para o estado, mas a Lei ainda não foi regulamentada e, como resultado, essas terras ainda estão registradas em nome da União. Esse processo estava parado, mas agora já foi retomado. Ainda neste ano conseguiremos fazer a regularização agrária. Revista Diário – O senhor vislumbra o Amapá como um grande produtor e exportador de alimentos, em pouco tempo? Jorge Amanajás – Estamos trabalhando com muito afinco para que isso aconteça mais rápido do que se imagina. Independentemente de quando vai ser construído o novo porto, já projetamos a exportaçaõ de grãos em grande quantidade para este ano, a partir do porto graneleiro de Santana, e com a expectativa de colheita de 15 mil hectares de grãos, cuja produção para 2016 vai saltar para 50 mil hectares, numa escala de crescimento para atingir a médio prazo 450 mil hectares dos mais de um milhão de hectares de cerrado que o Amapá possui, com potencial extraordinário para produzir com abundância milho, soja, arroz e outros alimentos, o que vai representar cerca de 4,5 bilhões de reais injetados na economia do estado, com geração de mais de 30 mil empregos diretos em pelo menos sete municipios. Revista Diário – O Amapá já possui logística apropriada para suportar essa carga de progresso que o senhor projeta? Jorge Amanajás – A logística já não é problema. Já temos uma grande empresa em pleno funcionamento, a Cianorte, que vai fazer o primeiro grande embarque de grãos entre julho e agosto deste ano. O silo já está pronto e o capital financeiro será trazido pelos próprios importadores. O que estamos fazendo com muita determinação é o aparelhamento do estado para promover com responsabilidade o licenciamento ambiental e concluir o processo de implantação da estrutura. A partir daí o agronegócio vai deslanchar, tenham certeza. Revista Diário – A mídia tem noticiado a vinda ao Amapá de muitos empresários brasileiros e também do exterior, que inclusive têm sido recepcionados por sua secretaria. Esses encontros têm obtido resultados positivos em termos de investimentos? Jorge Amanajás – Sem nenhuma dúvida. Venho recebendo muitos empresários do Centro‐Oeste, do Sul e do Sudeste interessados em instalar indústrias no estado, atraídos pelas áreas disponíveis e barateamento no custo do frete. O Amapá tem jeito e tem futuro, e empenho e trabalho não vão faltar para que possamos alavancar e fortalecer a economia, ao ponto de fazermos do estado um grande produtor e exportador de alimentos. ● Revista DIÁRIO -Maio 2015 - 41

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