Revista Diário - 6ª Edição - Maio 2015

E estudos feitos pelos pesquisadores da Universidade Federal doAmapá (Unifap), ArgemiroMidonês Bastos (engenheiro florestal), AlanCavalcanti da Cunha (cien‐ tista ambiental) e Cecília Maria Chaves Brito Bastos (dou‐ tora em história), sob o título “Conflitos sócio‐ambientais em áreas de ressaca de Macapá e Santana” descortinam o futuro sombrio que está reservado à região metropolitana. De acordo com a pesquisa, uma das principais causas da poluição das águas é a matéria orgânica presente no esgoto, uma vez que a solução “mais simples” adotada pelos órgãos responsáveis pelo saneamento básico é o lançamento nos corpos d’água, quase sempre sem trata‐ mento adequado, comprometendo a qualidade da água não somente no local onde o esgoto é despejado, mas em toda sua bacia hidrográfica. Em sintonia com o entendimento do geólogo Antônio Feijão, a pesquisa mostra que, no Amapá, expressivos 88% dos domicílios apresentam esgotamento sanitário inade‐ quado. Em Macapá, o problema se agrava com a ocupação desordenada e acelerada das áreas de ressaca, proporcio‐ nando crescente e rápida degradação do ecossistema. Os pesquisadores afirmam que estudos acadêmicos apontam as áreas urbanas como as que constituem o maior foco de degradação ambiental e que colocam em risco a segurança e a qualidade de vida dos grupos sociais, tornando‐se palco dos principais embates ecológicos. Neste sentido, o debate sobre o ambiente urbano no Bra‐ sil tem incorporado várias discussões, a exemplo da ne‐ cessidade de uma teoria para analisar os processos am‐ bientais para a realização de estudos urbanos e da formu‐ lação de políticas públicas que integrem as dimensões fí‐ sicas, político‐sociais, sócio‐culturais e espaciais. “No Amapá, como em outros estados da Amazônia, a busca pela melhoria da qualidade de vida é marcada pela ocupação de áreasmenos valorizadas, localizadas, emgeral, ao longo dos cursos d’água, configurando‐se em bairros fa‐ velados com problemas diversos. Em Macapá, especifica‐ mente, a ocupação desordenada e acelerada das áreas de ressaca tem produzido crescente e rápida degradação do ecossistema dessas áreas inundáveis, bem como a diminui‐ ção da qualidade de vida da população”, atesta a pesquisa. ● Regiãometropolitana vislumbra um futurosombrio Revista DIÁRIO -Maio 2015 - 39

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