Revista Diário - 5ª Edição - Abril 2015
Esportes A eterna convergência Cada pessoa coloca a vitória como prioridade. E quanto maiores forem os acertos, mais perto a consolidação dos ideais. Vem-me à mente os homens que dirigem o futebol, atividade orgulho do Brasil que nos últimos tempos passou a viver sob dúvida e preocupando os apaixonados torcedores. D epois de anos e anos encantando pla‐ teias do mundo, com o título inédito de pentacampeão, o futebol do país hoje vive dias amargos, com pesadelos so‐ bre seu futuro. O futebol brasileiro carece de boa ges‐ tão entregue a homens de sucesso na vida privada, mas sem o tino na direção das suas entidades. A Lei Pelé surgiu para favo‐ recer este esporte, mas suas normas foram viciadas e, ao invés de ajudar os clubes, be‐ neficiou grupos estranhos —o empresa‐ riado mais precisamente, começando aí todos os pro‐blemas. A entrada de empresários na transa‐ ção de jogadores para o exterior abriu desgaste nos clubes formadores de va‐lores. Os talentos surgidos na base do esporte são desviados e se trans‐ formam em sérios prejuízos para a espe‐ rada renovação. Por fim, uma peça ilusória. Clubes mais pobres sentiram a falta de inter‐esse dos torcedores, incidindo, ainda, o livre acesso da televisão. Assim, tornou difícil manter um elenco profissional. Os torneios, basicamente os estaduais, passa‐ ram a sofrer esvaziamento decorrente da falta de atração com jogos sem craques. Omundomudou, emuito. O bomexem‐ plo é a partida da dupla Fla x Flu disputada no dia 15 de dezembro de 1963, com 198 mil pessoas noMaracanã. O torcedor, como o mundo, tambémmudou e, hoje, vai atrás de mais alegria e conforto. Permanece a dúvida quanto ao futuro do nosso futebol. As derrotas só envergo‐ nham quando são feias, como aquela con‐ tra a Alemanha na Copa do Mundo de 2014. Foi um alerta para mudança do des‐ tino do futebol brasileiro. Sem fanismo, consideramos o futebol brasileiro o melhor do mundo, no campo, mas não fora dele. Muita coisa precisa ser mudada, a começar por integração dos dirigentes em relação à importân‐ cia do esporte número umdo povo. ● Regressão UlissesLaurindo, Cronistaesportivo O mundo mudou. O exemplo é a partida Fla x Flu disputada dia 15 de dezembro de 1963, com 198 mil pessoas no Maracanã. Revista DIÁRIO - Abril 2015 - 44
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