Revista Diário - 5ª Edição - Abril 2015

também. Lembro, por exemplo, em 1984, quando ainda estudante de Direito, fui eu quem coordenei aqui a campanha pelas Diretas. Meu amigoWagner Gomes era presidente da OAB, e eu estava na coordenação pela volta das eleições para Presidente. Sempre fui um cidadão muito ativo porque acho que o cidadão deve participar da vida política do seu estado, do seu município e escolher a cor partidária que lhe for mais conveniente. Estamos nummomento político um pouco delicado da nossa democracia, mas tenho certeza de que vamos superar. Então é toda essa experiência que diz que precisamos rever alguns pontos da estrutura do regime democrático. Diário – Por falar nessa atuação, o senhor teve uma relação histórica comuma agremiação partidária que perdurou até poucos dias antes de tomar posse na magistratura, não foi? Tork – Fiquei 34 anos como filiado do PT. Entrei quando o partido foi fundado e saí um dia antes de tomar posse. Mas costumo dizer para todos que o PT é que nem a minha Igreja Católica, una, santa e pecadora. Diário – É com essa visão crítica que o senhor também lança umolhar sobre a atual conjuntura política e do governo comandado pelo PT? Tork – E da democracia brasileira. Algumas entidades estão puxando projeto de lei de iniciativa popular igual ao do Ficha Limpa para dar alguns nortes para a reforma política. Acho como cidadão que todos venhamos a participar desta campanha. Se a gente conseguir que o projeto de lei vire uma lei será mais um avanço ainda como foi o projeto Ficha Limpa para a democracia. Temos que avançar. Já demos passos fortes. A nossa democracia é muito jovem, mas já passamos por grandes crises e superamos. Acho que os momentos de crise são muito importantes para avançar. Diário – Voltando para a Justiça Eleitoral, presidente, muitos investimentos foram feitos para facilitar a vida do eleitor brasileiro, melhorar a relação com a urna, com a agilidade da divulgação dos resultados, o que é reconhecido internacionalmente, mas tem a questão do voto consciente. O senhor, ao assumir a corte eleitoral, vislumbra que tipo de campanha oumensagem que procuraria transmitir ao eleitor? Tork – Eu acho que temos este programa Eleitor do Futuro que pra nós é muito significativo, e vai nesta linha, já preparando as gerações futuras para o voto consciente. Mais: para a participação política responsável. Por isso, fizemos questão de levar crianças para a minha posse. Foi ummomento muito legal, muito bommesmo. Diário – Quer dizer que a sua gestão vai continuar essa maneira de conscientizar... Tork - Sim. Queremos avançar nesta gestão, e principalmente neste ano, que não é eleitoral, de poder contribuir para a formação e capacitação técnica das lideranças políticas e partidárias. Diário – Formação e capacitação de lideranças? Tork – Sim. Você talvez não saiba, mas os dirigentes partidários têm que prestar contas todo ano do Fundo Partidário, e eles têm encontrado dificuldade nisso. Os candidatos têm encontrado dificuldade de respeitar a legislação eleitoral, e queremos avançar nisso. Diário – Mas o TRE temum setor apenas para esse serviço, ou não? Tork – A gente montou um programa chamado Programa de Capacitação de Lideranças Políticas. Vamos começar com ele nos dias 16 e 17 de abril com a presença no seminário de ministros do TSE, e que vai levar a cada zona eleitoral no interior do estado esse curso de capacitação de lideranças políticas. É muito importante que os políticos, os pretensos candidatos a vereador, os pretensos candidatos a prefeito, principalmente as mulheres, que participam muito pouco da vida pública, que possam também vir fazer esse curso. Diário – Qual omote dessa qualificação, presidente? Tork – Esse curso é uma espécie de beabá do processo eleitoral. Estamos animados com a possibilidade de contribuir para uma melhor e mais justa aplicação da Justiça Eleitoral no Estado do Amapá. Diário – Obrigado, desembargador, pela entrevista. Tork – Eu que agradeço e desejo tudo de bom a você e seus leitores. ● Eu acho que temos este programa Eleitor do Futuro que pra nós é muito significativo, e vai nesta linha, já preparando as gerações futuras para o voto consciente. Mais: para a participação política responsável. Revista DIÁRIO - Abril 2015 - 39

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