Revista Diário - 3ª Edição - Fevereiro 2015

C om uma indústria já na era do benchmarking, a gastronomia ama‐ paense é reconhecida nos grandes centros pelas combinações dos seus pre‐ paros com uso de essências nativas que lhe dão cores, perfumes e sabores parti‐ culares e atrativos. Enquanto a culinária no 1º Mundo e em muitas partes do Brasil já atraía os mais diversos e refinados paladares, so‐ mente na segundametade do século pas‐ sado é que oAmapá começou a fazer par‐ te desse contexto. Hoje, o estado, em gastronomia, é al‐ tamente profissionalizado, faltando pou‐ co para alcançar a excelência. Aliás que a conquista do status de excelência está por um triz, dependendo apenas do próprio desenvolvimento do estado. Flora, Dom Baco, Sagrada Família, Trapiche, Santa Rita e Cris Lanches são al‐ guns exemplos de casas que servem o melhor à qualquer clientela, apresentan‐ do variados cardápios de dar água na bo‐ ca, dando ao consumidor a sensação de ir embora com vontade de voltar, logo. A gastronomia local só começou a mostrar a cara no início da década dos anos 1990. Foi quando o amapaense pas‐ sou a ter o costume de comer fora de casa, a perceber que aquilo era chic. Antes, a cultura tucuju ditava que comer fora era colocar amesa no quintal ou na calçada e ali degustar uma boa comida caseira. Era o início da profissionalização do setor gastronômico do Amapá, acompa‐ nhando a onda da transformação de ter‐ ritório em estado. Em razão da atividade crescente no setor, na mesma época foi criado o Sindicato de Hotéis, Bares e Res‐ taurantes, Sindbar que em janeiro passa‐ do fez o seu Jubileu de Prata. Antes dos anos 1990, amadoramente, o Amapá já se fazia presente no setor de culinária. Quem naquele período não sa‐ boreou a comida oferecida nos então res‐ taurantes Paulistano, Boscão e Parati, es‐ se em Santana? Não degustou uma boa carne na churrascaria Los Pampas e não consumiu avidamente o mussi de mara‐ cujá e o strogonoff do Buffet Sabá? A era amadora da gastronomia tucuju aconteceu dos anos 1980 ao início dos 1990. Foi nesse cenário que também se destacou a figura de Ana Amor. Ana Amor de Jesus Sena, hoje com83 anos de idade, marcou a época com os salgados de sem igual sabor que produzia. Ela pro‐ tagonizou a construção da história gas‐ tronômica amapaense e fez de filhos se‐ guidores da sua arte. Foi com dona Ana Amor que o salga‐ dinho passou a ser oferecido como en‐ trada nos restaurantes. Antes disso, ela produzia os quitutes apenas pra consumo interno. Para fora, abaste‐ cia a clientela em festas de casamen‐ to, batizado, aniversário e outros eventos sociais. Depois, fez fama co‐ mo fornecedora de restaurantes. ● A era amadora da gastronomia amapaense ocorreu dos anos 1980ao início dos 1990. Foi nesse cenário que se destacou a figura de AnaAmor. AnaAmor de Jesus Sena, hoje com83 anos de idade,marcou a época comos salgados de sabor sem igual que produzia. Ela protagonizou a construção da nossa história gastronômica. Apaixãode AnaAmor O estado do Amapá, emgastronomia, hoje é altamente profissionalizado, fal- tando pouco para alcançar a excelência. Atualidade Gastronomia GilMarra, chef decozinha Fabiano Menezes A gastronomia local só começou amostrar a cara no início da década dos anos 1990. Foi quando o amapaense passou a ter o costume de comer fora de casa, a perceber que aquilo era chic. Antes, a cultura tucuju ditava que comer fora era colocar amesa no quintal ou na calçada e ali degustar uma boa comida caseira. Revista DIÁRIO - Fevereiro 2015 - 66

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