Revista Diário - 29ª Edição

2 mil toneladas acapacidade de cargas Essa portaria da Marinha pode parecer pouco, mas 20 centímetros a mais no calado operacional na Barra Norte do Amazonas é o sufi- ciente para um significativo au- mento da capacidade de cargas dos navios que operam na região. A Praticagem do Rio Amazonas (ZPl), por intermédio da Coopera- tiva de Apoio e Logística aos Práti- cos (Unipilot), em convênio com a UFRJ e o Comando do 4ºDN, além do apoio da Cargill-Santarém, rea- lizou a primeira travessia na foz do rio Amazonas (Barra Norte) com navio calando 11,70 metros, e ore- sultado foi bastante comemorado. A navegação foi realizada pela Praticagem com o navio STH At- hens, das ilhas Marshal, transpor- tando milho. Foi a primeira das dez passagens teste para homologação do novo calado definido pela Mari- nha do Brasil, através da Portaria nº230/Com4ºDN, de 24 de julho de 2018. O evento faz parte da pri- meira etapa do Projeto do Calado Dinâmico da Barra Norte, do co- mandante do 4º Distrito Naval, o al- mirante Edervaldo Teixeira. "O calado anterior era de 11,50 me- tros e aumentamos para 11,70, o que já eleva em quase duas mil to- neladas a mais a capacidade de carga dos navios", disse o militar. Em dois dias, a Praticagem rea- lizou a navegação do Navio Mer- cante STH Athens, que possui 199 metros de comprimento por 32,25 metros de boca. A embarcação car- rega aproximadamente 60 mil to- neladas de milho, com um calado de 11,70. Cumprindo os requisitos da portaria da Marinha para a ho- mologação do novo calado, sendo a primeira das dez travessias propos- tas pela portaria. •MERCADO Com este aumento de calado, cada navio vai transportar cerca de 1.800 toneladas a mais, cerca de 90 caminhões. A cada 20 navios, afreta-se um navio a menos. Isso, a partir de hoje, já é disponível. Os testes ainda vão avaliar pensando- se em permitir chegar a 12,30m ou mais 6.000 toneladas por cada navio. "Com isso, exportar pelo Amapá será ainda mais atrativo. Por padrão, a China recebe navios de soja com 13,20 de calado. Já po- demos iniciar a discussão de um Revista DIÁRIO - Edição 29 - 59 porto de soja em Santana para 5 porões, ou seja, 200 metros de comprimento, ou até sob quais con- dições de rebocadores para navios de 7 porões, sendo 225 metros os novos a 240 metros os antigos", diz o vice presidente mundial da Prati- cagem, capitão Ricardo Falcão. A singradura teve como práticos os especialistas Leandro Caiaffa Orcay e Francisco Negrão, os quais realizaram uma manobra segura, que convalidou todos os estudos feitos preliminarmente pela prati- cagem em conjunto com a UFRJ, onde demonstra que com o auxílio da maré é possível navegar com esse calado ou maior em 80% dos dias do ano, aumentando de forma gradativa e totalmente segura o ca- lado de navegação na foz do rio Amazonas até os 12,30m, de acordo com a altura de maré do dia, segundo a Praticagem. "Aumen- tando assim a competitividade para toda região, igualando a capacidade de outros portos brasileiros, permi- tindo o aumento do investimento na região e consequente aumento no número de terminais e geração de emprego e renda", conclui. •

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