Revista Diário - 29ª Edição

Comportamento ClaudlaOliveira Psicóloga clínica - CRP 10-3480 O medo de ficar só "O medo de ficar só me apavora Eeu me desespero Só me resta pedir sua ajuda Pedir que você não me deixe meu amor". Diana A lgumas pessoas, não conseguem ter- minar um relacionamento e ficar um tempo só, sentem a necessidade de engatar outra relação logo em seguida. Pa- rece, muitas vezes, uma tentativa de preen- cher o vazio que a pessoa deixou. Relaciona- mentos assim, tendem a ser frágeis, visto que não há uma solidez, um envolvimento mais profundo, ficando na superficialidade. Com o tempo, a pessoa percebe que a com- panhia daquela pessoa parece não estar su- prindo o vazio que se pensa ter sido deixado pelo outro, gerando uma insatisfação, um desânimo. Quando se termina um relaciona- mento, temos que lidar com conflitos e to- dos aqueles sentimentos que ainda restam. É preciso um tempo para analisar o que aconteceu, refletir sobre a situação e pensar no que se quer. Dessa forma, precisa-se to- mar cuidado para que a pessoa não venha para a sua vida como um anestésico para as dores emocionais que muitas vezes preci- sam ser experenciadas, afinal, é oportunida- de de amadurecimento. Ficarmos um tempo sós, facilita nos orientarmos melhor, para que possamos ela- borar os conflitos que ficaram e assim esta- belecer um melhor entendimento. Vale res- saltar que não estamos falando de isolamen- to social, de forma alguma. Estamos falando de "estarmos sós, sem sermos sós". O médico psiquiatra Flávio Gikovate diz que: "A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Relações de dominação e de con- cessões exageradas são coisas do século pas- sado. Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém. Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verda- de, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto". Ficar só é oportunidade de travar um diá- logo interno e assim descobrir um potencial que somos capazes de desenvolver ou des- cortinar um poder que já temos. Somos seres completos, não somos metade de uma laran- ja. A harmonia, a alegria de viver, independe do outro. Ela está dentro de cada um de nós. Ao conseguir isso, podemos entrar numa re- lação, de forma plena, completa, sem os va- zios que erroneamente responsabilizamos os outros. Vazios esses que são nossos e que somente nós podemos preenchê-los. Consultório Psiqué -Avenida FAB, 1070 - Sala 306 - Edifício Macapá 0/fice - 98127-0195 Revista DIÁRIO - Edição 29 - 05

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