Revista Diário - 27ª Edição
Meio ambiente Recife de corais raros pode impedir exploração de petróleo e gás na costa do Amapá Tesouro natural descoberto por uma expedição científica do Greenpeace, após leilão feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), éalvo de preocupação de organizações não governamentais de todo oplaneta. OMinistério Público Federal comprou abriga erecomendou àAnac não incluir oestado nos próximos leilões, eao lbama para que não conceda as licenças ambientais às empresas ganhadoras do leilão até que estudos mais aprofundados sejam feitos para avaliar impactos da exploração sobre os corais. Texto: Ramon Palhares A primeira notícia teve o efeito de uma bomba: estudos realizados na costa do Amapá mostraram indícios da existência de grandes volumes de petró- leo e gás, capazes de mudar o limitado mapa nacional de estados produtores e colocar o estado no seleto grupo de exportadores do produto, fazendo chegar ao extremo norte do país os ventos do desenvolvimento eco- nômico. Confirmada a informação, a Agência Na- cional de Petróleo, Gás Natural e Biocom- bustíveis (ANP) dividiu a área de prospecção em 14 blocos e os inseriu em um dos maiores leilões já realizados no Bra- sil, ocorrido nos dias 14 e 15 de maio de 2013. Dos R$ 2,2 bilhões arrecadados pela agência reguladora, os blocos do Amapá al- cançaram a cifra de R$ 802 milhões, quase 30% de todo o certame, que teve como ga- nhadoras as empresas Total E&P, Total, BP e Queiroz Galvão, que se comprometeram de investir R$ 1,624 bilhão nas pesquisas. A partir daí paraenses e amapaenses passaram a travar uma queda de braço para abrigar as bases das empresas. O Pará ga- nhou a queda de braço não apenas pelo canto da sereia do governador Simão Janete (PSDB), que ofereceu mundos e fundos como contrapartida, de olho nos resultados econômicos da empreitada e, claro, nos mi- lhares de empregos gerados pela pesquisa. O que pesou preponderantemente para a escolha foi a logística, que existe de sobra no estado paraense, mas que no Amapá é pra- ticamente inexistente. No entanto, em meio à movimentação das empresas para montar as bases de prospecções, já em estado avançado, veio a segunda notícia com a força avassaladora de um tsunami: a Organização Não Governa- mental (ONG) internacional Greenpeace fez uma expedição por coincidência ou não na região que foi leiloada e descobriu no seu entorno uma grande extensão de recifes de corais raros, com os ambientalistas tra- vando uma acirrada guerra contra a atuação das empresas, inclusive amealhando milha- res de assinaturas que percorrem as redes sociais de todo o planeta. Pelo sim, pelo não, o MPF recomendou à ANP que não inclua o Amapá em seus próximos leilões, e ao lbama para que não conceda licença am- biental para pesquisa e exploração. Revista DIÁRIO - Edição 27 - 50 ' ' Estudos na costa do Amapá mostraram indícios da existência de grandes volumes de petróleo egás, capazes de mudar o limitado mapa nacional de estados produtores ecolocar o estado no seletogrupo de exportadores do produto, fazendo chegar ao extremo norte do país os ventos do desenvolvimento econômico.
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