Revista Diário - 27ª Edição
Viver Bem Doutor José S6vlo S. Ferreira Médico hematologista especialista pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo com título de especialista pela ABHH(Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia eTerapia Celular) Leucemia linfóide crônica pode causar anemia, funcionamento inadequado do sistema imunológico esangramentos A leucemia linfóide crônica ( LLC) é uma neoplasia hematológica adquirida. Ainda não se sabe o motivo para o seu surgimen- to, mas, na maior parte dos casos, ela atinge pes- soas com mais de 50 anos de idade, e até o mo- mento não há registros de casos em crianças. A LLC pode ser diferente dos outros tipos da doença, já que - por mais estranho que pareça - em alguns casos não será necessário realizar o tra- tamento, e o paciente será apenas observado re- gularmente pelo hematologista. Tudo acontece quando um tipo de célula do sangue, os glóbulos brancos, responsáveis pela proteção de nosso organismo, passam a se desen- volver de forma descontrolada e param de realizar suas funções. A doença é considerada crônica porque essa alteração provoca o crescimento desordenado de linfócitos B maduros (um tipo de glóbulo branco) que, geralmente, não impede a produção das cé- lulas normais. Ou seja, ao mesmo tempo em que há uma produção de células com problemas, cau- sando acúmulo na medula óssea, por outro lado o processo de fabricação e maturação das células saudáveis continua acontecendo. Os principais sintomas da leucemia linfóide crônica são: sensação de fraqueza, cansaço, perda de peso, febre, sudorese noturna, aumento dos lin- fonodos (gânglios linfáticos) , sangramentos e in- fecções de repetição. A maioria dos sinais e sintomas da LLC ocor- re porque as células da leucemia substituem as cé- lulas normais produzidas pela medula óssea. Co- mo resultado, as pessoas não produzem glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas suficien- tes. A anemia pode provocar cansaço, fraqueza e falta de ar. A leucopenia (glóbulos brancos bai- xos) aumenta o risco de infecções. E a tromboci- topenia (plaquetas baixas) leva a sangramentos, por exemplo de gengivas e nasais. As pessoas com LLC têm um risco aumenta- do de desenvolver infecções devido ao funciona- mento inadequado do sistema imunológico ( pro- dução inadequada de anticorpos pelos linfócitos B doentes). À medida que o número das células da leuce- mia linfóide crônica aumenta, pode provocar o aumento dos gânglios linfáticos, do baço ou do fígado, causado pela invasão das células doentes nesses órgãos. Os sinais e sintomas descritos podem ser cau- sados também por outras neoplasias hematológi- cas ou infecções, dessa maneira é importante sempre consultar um médico especialista se apre- sentar qualquer um desses sintomas. O diagnóstico deve ser realizado pelo espe- cialista e, em geral, se dá pela realização de exa- mes específicos como imunofenotipagem leuco- citária (por citometria de fluxo) e de citogenética (cariótipo). Além desses exames, o hematologista pode optar por fazer o Fish (hibridização por fluo- rescência in situ), exame bastante sensível, que por meio de uma pequena amostra de sangue po- de detectar uma célula anormal em meio a 700 células normais e outros exames moleculares por técnica de PCR ( Polymerase Chain Reaction). Em alguns casos, o paciente pode apresentar aumento nos gânglios linfáticos (nodulações na região da virilha, pescoço e axilas). Se isso ocor- rer, o médico deverá pedir uma biópsia do gân- glio, para uma melhor avaliação. Caso o tratamento seja necessário, quimio- terápicos como rituximabe, fludarabina, ciclo- fosfamida, clorambucil e ibrutinibe, podem ser utilizados. Novas drogas vêm aumentando as chances de controle da doença por períodos mais prolongados. Revista DIÁRIO - Edição27 - 28
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