Revista Diário - 27ª Edição

tendido. Ele diz que não quer passar para a sexta consorte. Ronaldo parece que nunca levantou a voz. Isso é incrí- vel em seu perfil, para alguém com atividade tão estres- sante, mas talvez o fundamental para explicar a fidelidade dos clientes do Bar do Abreu. Durante as três décadas e meia de existência do estabelecimento, oAbreu agora está na oitava locação. Isso mesmo! Porém mesmo assim, pes- soas que há 36 anos começaram a frequentar o bar, até hoje o acompanham. Pra onde oAbreu vai, a clientela vai atrás. Esempre au- mentando de número. Mas Ronaldo, guardando silêncio quanto às observações sobre a sua personalidade, tem a fórmula exata para justificar tão intensa fidelidade: "Os fre- gueses nos acompanham porque a gente conversa, tem amizade; então eles não ficam clientes, tornam-se amigos''. José Ronaldo, antes de fundar o bar; jamais pensou em ter isso na vida. Procedente do Pará, entrou inicialmente no ramo comerciário. De 1977 a 1982 foi gerente do ar- marinho 'Rosely', no centro comercial de Macapá. Saiu de lá e se meteu de sócio da 'RR Lanchonete', na esquina da avenida Ernestino Borges com rua Odilardo Silva. Asocie- dade foi logo desfeita e então, no mesmo local, surgia o Bar do Abreu, então vendendo apenas cerveja. Desde aí oAbreu não mais parou, sempre com sucesso, sendo frequentado por artistas, jornalistas, intelectuais, políticos, empresários e gente do povo. O bar também é uma atração esportiva. Com diversas telas espalhadas em seu amplo espaço, na avenida FAB, entre General Rondon e Tiradentes, ali se assiste do hóquei ao futebol. OBar do Abreu já foi tema de escola de samba, a Piratas Estilizados. Faturou o primeiro lugar em samba enredo e o segundo lugar no desfile na avenida Ivaldo Veras. Ainda, em ano diferente, foi tema do Bloco Rolará. Oconsagrado estabelecimento também tem um CD gravado e dois DVDs. Além disso, oAbreu tem um livro publicado sobre ele, um opúsculo e um jornal. O lugar é um exemplo de onde bebida não combina com violência. Apesar da miscelânea de pessoas de todos os níveis, nunca no Abreu houve confusão que chegasse à morte, derramamento de sangue ou à polícia. Quando uma rusga acontece, fica ali mesmo, entre amigos. Revista DIÁRIO - Edição 27 - 21

RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=