Revista Diário - 27ª Edição

das mais importantes e conceituadas da sociedade local. No serviço público do antigo governo do território fe- deral do Amapá (GTFA), iniciou suas atividades no Ser- viço de Administração Geral, passando pela direção do Tiro de Guerra 130, sendo nomeado representante das Forças Armadas no Amapá, por decreto presidencial. Foi o primeiro delegado do Serviço Social da Indústria (Sesi) no Amapá e titular da Superintendência do Abasteci- mento do Amapá, quando eclodiu o golpe militar em 31 de março de 1964. Não tendo concordado com o rompi- mento da legalidade democrática e com a supressão das garantias individuais e com o fim do Estado Democrático de Direito, foi colocado na lista de proscritos do regime ditatorial até 1979 quando foi beneficiado pelo Decreto da Anistia assinado pelo então presidente general João Batista Figueiredo. No escotismo, seu maior feito foi, sem dúvida, a cami- nhada cívica que empreendeu do município de Oiapoque (então extremo setentrional do país, atualmente substi- tuído pelo Monte Caburaí no estado de Roraima) até o Arroio Chuí (ponto extremo ao sul, localizado no Rio Grande do Sul). Essa jornada foi realizada em homena- gem ao Sesquicentenário da Independência do Brasil, co- memorado em 7 de setembro de 1972. O já quase septuagenário Tenente Pessoa percorreu em oito meses e 16 dias um total de 6.170 quilômetros vestido com a farda de escoteiro e portando a bandeira nacional. Além do escotismo, também se dedicou à maçonaria em cujas fileiras foi iniciado e ingressou em 1934. Em sua militância maçônica, participou ativamente, entre outros feitos, da fundação das lojas 'Duque de Caxias' e 'Acácia do Norte', ocupando em ambas posição destacada e tendo sido agraciado com diversas honrarias e comendas. No âmbito dos desportos, o eterno escoteiro também foi um notável atleta e grande campeão nos esportes aquáticos, diretor de clubes de futebol em Manaus, Ma- ranhão, presidente da Federação Amapaense de Despor- tos (antiga FAD e atual Federação Amapaense de Futebol (FAF), da Federação de Tênis de Mesa e do Esporte Clube Macapá, entre outros clubes e entidades desportivas do Amapá e de outros estados. Opatriota, nativista e idealista José Alves Pessoa fale- ceu em 22 de outubro de 1979, deixando um exemplo de dignidade, probidade e lisura de caráter, além de um sen- timento de brasilidade e amor pelo Amapá que poucos cidadãos possuem e maior até do que o sentimento que muitos amapaenses devotam ao seu torrão natal. Em tempos de crises econômicas, colapsos políticos, desrespeito aos princípios constitucionais e de grave ameaça à permanência do Estado Democrático de Di- reito, José Alves Pessoa é um raro exemplo de amor ao país e às causas populares em meio ao desprestígio dos setores políticos que atualmente vêm empurrando a so- ciedade brasileira para a lama movediça da corrupção e da falta de brasilidade. Revista DIÁRIO - Edição 27 - 19

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