Revista Diário - 27ª Edição

História Tenente Pessoa Brasileiro, nativista epatriota Se existisse tal comenda, tenente José Alves Pessoa seria um dos mais ilustres agraciados pelo amor ao seu país epelo sentimento nativista. Texto: Célia Alicio Fotos: Arquivo entre os cidadãos que escreveram seus nomes no panteão das personalidades ilustres do Amapá, sem ter nascido nesta gleba setentrional, o militar potiguar José Alves Pessoa é um dos que possuem biografias mais ricas e admiráveis. Dedicado a várias causas, cioso de suas res- ponsabilidades e rigoroso em sua conduta, atuou com competência e destaque em diversos setores da sociedade amapaense, desde quando aqui chegou, em 1947, cinco anos após a criação do território federal do Amapá (TFA). Nascido em 20 de março de 1903 em Natal (RN), filho de Antônio Paulo da Silva Pessoa e Luíza Alves Pessoa, passou a infância em Recife (PE), e na década dos anos 1910 entrou para o escotismo, universo ao qual se dedi- cou pelo resto de sua vida, tendo comandado uma patru- lha que realizou o 'Raid pedestre Natal/Rio de Janeiro/São Paulo", jornada em comemoração do Cente- nário da Independência do Brasil, tendo sido homena- geado pelos governos paulista e potiguar com o nome gravado em placa em praça pública de Natal e com docu- mentos e troféus. Em 1923 entrou para as fileiras do Exército, e cursou a Escola de Sargentos de Infantaria. Como combatente, enfrentou a célebre Coluna Prestes, participou do movi- mento de 1930, que depôs Washington Luís e colocou o gaúcho Getúlio Vargas na Presidência do país, sob a ba- tuta do general Juarez Távora, e participou posterior- mente da Revolução Constitucionalista de 1932, que in- dispôs militares e fazendeiros paulistas do PRP (Partido Republicano Paulista) contra as forças legalistas que de- fendiam o então governo provisório varguista que relu- tava em promover a reconstitucionalização do país. Durante a fase de governo constitucional, após passar por Fernando de Noronha, comandou o Pelotão de Fron- teiras de Tabatinga (AM), na fronteira com a Colômbia, sob a chefia do marechal Cândido Mariano Rondon, e, em seguida, serviu no 27º Batalhão de Caçadores de Manaus (AM), em 1937, e na Companhia de Fronteiras de Porto Velho (RO) e no pelotão do Forte do Príncipe da Beira na fronteira com a Bolívia, ambos em 1938; serviu ainda no Batalhão de Caçadores de São Luís (MA), onde também cursou Direito na Universidade do Maranhão até ao 2º ano, entre 1939 e 1941; foi transferido para o Quartel Ge- neral da 8ª Região em Belém (PA), em 1941, e, no ano se- guinte, foi finalmente enviado para o 3º Batalhão de Fronteiras de Clevelândia, em Oiapoque, onde foi refor- mado como primeiro tenente Rl, em 1944. Três anos depois chegou em Macapá a convite de Ja- nary Nunes, primeiro governador do Território Federal do Amapá (TFA), para iniciar então a singular trajetória que o consagrou como um dos mais notáveis homens pú- blicos da etapa territorial. Na capital amapaense se casou com Valentina Costa Pessoa, e com ela teve os filhos José Ribamar, Luiz Carlos, Luíza Maria e Tânia Mercedes. AFa- mília Costa Pessoa tornou-se desde a sua formação uma Revista DIÁRIO - Edição 27 - 18

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