Revista Diário - 27ª Edição
.... ::--..:: ~ ..... ARllGO ElayneCantuária Juíza de direito Aterceira visão V ivemos em um mundo onde aquelas situações chatas e desagradáveis estão sempre presentes no nosso dia a dia, desafiando o nosso agir e equilí- brio. Certa feita, não faz muito tempo, fui surpreendida com a notícia de que alguém teria feito um gesto obsceno e grosseiro nas minhas costas, fato testemunhado por al- gumas pessoas e complementado pela risada sarcástica de uns que assistiam. Embora na linha da chateação, aquela que te entriste- ce e revolta, debrucei-me na leitura de um livro muito bacana sobre a sabedoria havaiana do "Ho'oponopono", uma fórmula desenvolvida por aquele povo, para dirimir conflitos, onde em primeiro lugar você mesmo limpa e varre da sua vida essas energias usurpadoras, transmu- dando o pensamento para o bom e o bem. A fórmula ba- seia-se num mantra simples e fácil que você pode até re- petir mentalmente várias vezes e ecoá-lo, mesmo sem acreditar: "Sinto muito, perdão, obrigada, eu te amo", es- se último trecho refere-se ao nosso interior e nossa acei- tação pelo que somos. Simples mas também muito difícil: simples porque nada tem de extravagante ou extenuante passo a passo daqueles infindáveis roteiros de autoajuda. Difícil porque quando alguém te manda para aquele lugar, no instinto humano da ação e reação, a gente fatalmente quer ceder o bilhete de passagem para aquela pessoa. A busca do autoconhecimento é uma das grandes fa- çanhas de todo ser humano e talvez a mais desafiadora das tarefas. Isso porque para que alcancemos esse desiderato te- mos que ter um encontro marcado com nossas crenças li- mitantes, defeitos que nem nos apercebemos e o mais cruel de tudo isso: nós seres humanos nutrimos nossa al- ma com malquerenças, falsidades, engodo e uma gama de sentimentos negativos, que sugam nossa energia boa porque no Universo somos formados da mesma matéria, construindo uma grande egrégora, pois para ele não exis- te o EU e sim o NÓS. É por isso que atraímos de volta sempre a energia que emanamos, como um bumerangue. Isso não tem nada de religião ou divino, ao contrário, é pura física quântica. O exercício de tudo isso, em suas formas mais diluí- das, como o perdão, a gentileza, a tolerância e a lealdade, entre outros, não é tarefa fácil pra ninguém mas nem por isso devemos deixar de nos lapidar de pouquinho em pouguinho. E incrível como somos agraciados com tanta coisa boa, vinda de todos os lados, mesmo em meio à turbu- lência de viver quando temos o compromisso de nos au- toconhecer, varrer nossas imperfeições, praticar o perdão .... Até mesmo o terceiro olho aparece, no sentido da pro- teção e da percepção sutil. Gosto muito de uma frase de Olivier Lockert que diz: Só há uma maneira de fracassar: desistir antes de tentar. Vamos praticar? Juíza earticulista do Jornal Diário do Amapá eRevista Diário Revista DIÁRIO - Edição 27 - 16
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