Revista Diário - 17ª Edição
Governo lhes regalasse o valor gasto com seus filhos na rede pública. Perdemos o compasso da História quando nossas su‐ cateadas escolas restaram politizadas, abandonando disciplinas elementares como a Matemática para abrir espaço para outros temas e discussões, inclusive sobre assuntos que deveriam ser reservados à família, como a orientação sexual. As constantes greves no ensino públi‐ co avolumaram os problemas com o achatamento das grades curriculares, sempre acompanhado de infindá‐ veis horas de doutrinação ideológica, com a reprodução de teses esquerdistas que surrupiam o precioso tempo de estudo da literatura, da Geografia e da História. Opções bem sucedidas ao modelo falido eclodem em silêncio por todo país e merecem homenagem e menção em minhas mal traçadas linhas: Em São Paulo leis locais apostamna meritocracia co‐ mo resposta à modorra e oferecem polpudas gratifica‐ ções aos profissionais da Educação que elevem a quali‐ dade do ensino. O cálculo é simples, caso os estudantes de determinada escola ultrapassem uma certa meta em exame nacional (como o ENEM), todos os profissionais da escola recebem um décimo quarto salário. A renda extra não se repete no ano em que a escola não atinge a meta. Portanto, ganhar mais ou menos de‐ pende do empenho dos profissionais envolvidos na edu‐ cação do seu filho. Tais servidores batalharão ardua‐ mente em suas salas de aula, aumentando assiduidade e majorando a exposição teórica, repelindo de seus gru‐ pos os profissionais desidiosos, que possam atrapalhar a meta do time. A experiência mais emblemática no combate ao caos é o das escolas militares, legítimos oásis de qualidade! Essas ilhas de excelência possuem uma receita simples e barata: uma grande dose de disciplina, com fortes pi‐ tadas de hierarquia, devidamente temperadas com preocupações teóricas, que eliminam toda sorte de pai‐ xões ideológicas. Não é exagerado afirmar que o país está pronto para privatização do ensino, modelo que começou a ser apli‐ cado no ensino superior com uma camuflagem denomi‐ nada “FIES”. A fórmula consiste no pagamento de insti‐ tuições privadas pelo Governo, abrindo vagas aos mais pobres em instituições que, por sinal, tem custos infe‐ riores à manutenção de instituições públicos em greve. A educação privatizada já é uma realidade em países co‐ mo a Finlândia, onde os pais mais pobres recebem do governo “vouchers” para matricular seus filhos na efi‐ caz rede privada. Agora responda amigo leitor, será que os pais caren‐ tes recusariam uma ajudinha do governo para custear o ensino privado de seus filhos, ou optariam ideologica‐ mente por escolas públicas sucateadas e ineficientes pa‐ ra prover o futuro de suas crianças? ● Revista DIÁRIO - Edição 17 - Ano 2016 - 67
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