Revista Diário - 17ª Edição

Revista DIÁRIO - Edição 17 - Ano 2016 - 9 ❞ ❝ DOUGLAS, Em 2013, em Lisboa, estive no Museu Nacional de Arqueologia, que comemorava seus 120 anos de existência, lembrando que ele havia sido criado por José Leite de Vasconcelos, com o nome de Museu Etnológico Português, sendo o seu fito de criar uma referência museológica que contribuísse para o estudo e divulgação das origens, tradições e singularidades do povo português e também para a consolidação da identidade e consciência nacionais. Inicialmente o Museu ficou alojado na Rua da Academia das Ciências, e só em 1903, em virtude do rápido aumento do acervo, ele foi deslocado para a ala oeste do Mosteiro dos Jerônimos, onde hoje permanece. O programa de seus 120 anos constou de exposições, conferências, debates, literatura e cinema, entre outras iniciativas. OMuseu já foi pormim visitado muitas vezes, mas ano passado teve um fito especial. Um mês antes de viajar, um amigo que é brasileiro e mora na capital portuguesa, mandou‐me a agenda cultural da cidade e, umdos assuntosmexeu com a minha curiosidade. É que a múmia egípcia do Museu de Arqueologia, do período pitolomaico, que há muitos anos visito, é masculina e recentemente ao ser submetida a uma tomografia revelou ter sofrido de câncer de próstata, sendo o mais antigo caso desta patologia, confirmado até hoje. Lembrei do livro de Paul Johnson, ‘História ilustrada do antigo Egito’, de 1999, emque ele falando da paleopatologia, estudo das doenças do mundo antigo, afirmava que ‘nenhumamúmia foi encontrada com sífilis, o que reforça a teoria de que a doença foi importada do Novo Mundo em épocas pós colombianas, não existindo tampouco qualquer incidência de câncer’. Também não esqueço do que o Dr. BobBrier afirmou no seu livro sobre ‘O assassinato de Tutancâmon’: ‘Um autópsia moderna de uma múmia egípcia, baseada em alta tecnologia, pode revelar o que ela comeu quando foi atingida pela doença e com sorte, qual foi a causa da morte’. Conheço a Múmia de Tutancâmon, que visitei, que visitei no Vale dos Reis, tendo sua tumba sido descoberta em 1922. O faraó tinha apenas 19 anos de idade. Mas omelhor vi nas três vezes em que já estive no Egito, visitando por longas horas o Museu Egípcio do Cairo, commáscara funerária do jovemfaraó, uma obra prima universalmente conhecida, Tutacâmon usando símbolos da realeza: o véu nemes, cujas estrias são representadas commarchetaria de lápis lazúli em ouro maciço, imagem da naja e do abutre na testa e barba postiça que equipara o soberano às divindades. Quando o túmulo do faraó foi descoberto por Howard Carter intacto, o sarcófago de Tutacâmon em ouro maciço pesava aproximadamente cento e dez quilos, seu nome aparecendo escrito dentro de uma cártula real. Narmer foi o primeiro faraó do Egito, no início do terceiro milênio a.C.. Ainda segundo o Dr. Bob Brier, ‘nenhum outro povo jamais se concentrou tanto na religião nem teve tamanho interesse pela vida após a morte quanto os antigos egípcios’, assim como ‘acreditaramna ressurreição’. Tambémé bom lembrar que foi Amenófis (Amenófis IV) que foi pai de Tutacâmon, tomando depois o nome de Aquenatar, o primeiro homemna história escrita a falar de umdeus único, intangível e abstrato: ‘ODeus único, comparado a quem não há nenhum’, contou ele, no ‘Hino a Atar’, discernindo seu amor pela beleza e sua crença em ‘viver na verdade’. Saudações, amigo.” ● ACarta do Professor Munhoz

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