Revista Diário - 17ª Edição

Entrevista evistaDiário – O senhor, alémde arquite- to e urbanista, é pós doutorado em estu- dos urbanos, tendoprestado trabalho re- levante para alguns municípios aprova- rem seus planos diretores. Então, pode dizer o porquê de tantos problemas nas adminsitrações de prefeituras e do fato de prefeitos deixarem a gestão com tan- tos problemas comos organismos de con- trole e a Justiça Alberto Tostes – Para se ter uma ideia, na última déca‐ da, chegando há quase 15 anos, quando você vai levantar os recursos que são aplicados pelas prefeituras, alémde se‐ remaplicados, sãomal gastos e osmunicípios acabamper‐ dendo com esse propósito. Essa investigação aponta para umaperda volumosade recursos, sejapor licitaçõesmal fei‐ tas, fiscalizações de obras feitas de forma inadequada, que‐ bra de encargos em relação a esses materiais, enfim, diver‐ sas situações que comprometem a boa qualidade da apli‐ cação dos recursos. Diário – Dê umexemplo concreto, professor Alberto – Ummunicípio como Amapá, por exemplo, fi‐ cou até dez anos semreceber recursos federais, o quemos‐ tra a gravidade de todo esse processo. Ummunicípio como Oiapoque, na fronteira, onde você temuma gama de recur‐ sos emvárias fontes para seremdestinados através de pro‐ jetos, temgrandedificuldadedematerializaçãode todo esse processo. Minha pesquisa apresentada emnosso estágiode pós doutorado foi publicada e está disponível também na internet. Ela mostra um pouco desse universo, dessa difi‐ culdade institucional. Diário – É bem apropriado se discutir essas solu- ções da municipalidade, exatamente agora em que vi- vemos emum ano de eleições para as prefeituras, não émesmo, professor Alberto – Sim. É preciso estar atento para essa preocu‐ pação com o planejamento e a gestão para que não com‐ prometa omunicípio emrelação a obter financiamentos em relação às diversas instâncias. Nosso maior problema hoje está relacionado às questões estruturais das administrações municipais. A sociedade civil organizada e todos os seus se‐ tores devemobservar tudo isso para que o recurso público, por ele ser mal gasto, desviado, acaba implicando na crise que o Brasil atravessa hoje emdia. Diário – Nesse levantamento que o senhor fez foi possível levantar o total de recursos federais que o Amapá perdeu através dessas administrações de pre- feituras? Alberto – Se nós ampliarmos isso para umuniverso de 15 anos, a perspectiva é de R$ 900milhões até R$ 1 bilhão. Pesquisador dá entrevista nos ares R Texto e foto: Cleber Barbosa. ALBERTO TOSTES “AsprefeiturasdoAmapáperderamR$ 1 bilhão emrecursos federaisnaúltimadécada” ● Umnovoquadrodo programa ConexãoBrasília, da Diário FM, ouve personalidades locais dentrode aviões, quando falamdemétodos para passar o tempo e tambémde temas importantes e atuais. ● Revista DIÁRIO - Edição 17 - Ano 2016 - 78 PERFIL Oprofessor JoséAlbertoTostes possui Graduaçãoem ArquiteturapelaUniversidadeFederal doPará (1988), MestradoemHistóriaeTeoriadaArquiteturapelo Instituto Superior deArtes (2000) e DoutoradoemHistóriaeTeoriada Arquiteturapelo InstitutoSuperior deArtes (2003).

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