Revista Diário - 17ª Edição

D e uns tempos para cá, os ama‐ paenses e tambémpessoas que precisam viajar para o estado passaram a se fazer uma pergunta: ir aMacapá ou a Paris? Éque o preço co‐ brado pelo bilhete aéreo dariamesmo para fazer uma viagem internacional. E não se trata de sarcasmo ou ironia. R$ 3mil por uma passagementreMa‐ capá e Belémé omesmo preço para ir à capital da França para aproveitar o Verão europeu. A explicação seria a redução pau‐ latina da oferta de voos para Macapá, que se iniciou em2014 e que se agra‐ vou em 2015. A entrada de uma ter‐ ceira companhia aérea pode‐se dizer que minimizou o problema, pois até então TAM e GOL promoviam ajustes namalha aérea praticamente limitan‐ do as opções de voos e conexões para o mesmo horário. A Azul, entretanto, com conexões passando por seus ‘HUB’ em Viracopos (SP) e Confins (MG), enquando que as concorrentes passarama oferecer voos diretos para Brasília, onde acontece a distribuição para outras cidades. O presidente da Azul, Antonoaldo Neves, disse que a política de cresci‐ mento da empresa está em curso, prospectando exatamente a aviação regional – opera para mais de cem ci‐ dades –, como também o internacio‐ nal, mas que a redução verificada não foi só para Macapá. “Isso aconteceu emtodo o país, forçado pela queda da emissão de bilhetes”, disse o executi‐ vo, acrescentando que as companhias voam para ter uma rota rentável, “mas o setor é sazonal”. Outra alegação feita por ele é so‐ bre a falta de uma política de incenti‐ vos para o querosene de aviação. “Aqui em São Paulo o litro do quero‐ sene custa R$ 2 e emCacoal, no Ama‐ zonas, R$ 10, isso é uma extorsão”, diz Neves. Ele sustenta que alguns desti‐ nos operados pela Azul só semantêm devido à renúncia fiscal dos estados sobre o ICMS da aviação. Por falar em sazonalidade, a Azul acaba de inaugurar novo voo para Macapá, conectando com Be‐ lém em plena alta temporada, as fé‐ rias de julho. ● D estinos tradicionais para os turistas amapaenses, como Fortaleza, ficaram muito caros. Apresidente da Abbtur (Asso‐ ciação Brasileira de Bacharéis e Profissionais do Turismo) no Ama‐ pá, Lara Santos, diz que recente‐ mente viajou entre Belém e Macapá numa aeronave com capacidade pa‐ ra 187 passageiros, mas estavam a bordo apenas 63 clientes. Esse re‐ corte, embora não reflita um levan‐ tamento completo, demonstra co‐ mo a crise pode ter afetado o setor da aviação. “As pessoas estão via‐ jando menos”, resume a técnica. Ela explica que a consequência direta disso é que as companhias reduziram o número de voos, o que levou ao aumento das tarifas. “O problema é para quem precisa via‐ jar com urgência, em cima da hora, como se diz”, aponta Lara, referin‐ do‐se especialmente a pessoas que precisam viajar para tratamento de saúde ou motivos profissionais. E ela tem razão. É que uma regra an‐ tiga e ainda muito válida dá conta de que com quanto mais antece‐ dência se compra o bilhete, melho‐ res as chances de conseguir boas tarifas promocionais. Lara conta que destinos conso‐ lidados para os amapaenses, como Belém e Fortaleza, ficaram caros demais e já não são tão viáveis. “An‐ tes, conseguíamos preços de R$ 350, R$ 450 para Fortaleza; hoje não sai por menos de R$ 900 a R$ 1,1 mil”, lamenta a especialista. ● Efeitosda redução dosvoos paraMacapá Baixaocupação deaviões levouà redução, diz turismóloga ● DESEMBARQUE- No terminal de Macapá, fluxomenor de passageiros. Texto: Cleber Barbosa Aviação Revista DIÁRIO - Edição 17 - Ano 2016 - 74

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