Revista Diário - 17ª Edição

Hospitais sucateados, semequipamentos e semmédicos, outros ainda inacabados; obras abandonadas pelametade; deficiência no fornecimento de água potável, rede de esgoto quase inexistente e apagões de energia diários emtodos os bairros. Essa é a realidade doAmapá, que sente a falta de ações do Poder Público emseus 16municípios. OBRAS INACABADAS Desperdício de dinheiro público fazeconomiadoAmapá afundar aindamais A pesar de haver prédios públicos disponíveis, sem qualquer utilização, o governo do estado mantém mais de duas dezenas de escolas em espaços particulares, com aluguéis que custam o olho da cara. Só de propriedade da Diocese de Macapá são 17 imóveis, dos quais 11 emMacapá. Essa realidade não é exclusividade do governo do Amapá, como também das prefeituras, que ao longo dos últimos anos não construíramuma só escola. Há prédios públicos desocupados que, com pouco dinheiro, poderiam abrigar escolas e creches. Tem sido mais prático, porém, alugar imóveis de particulares, cujos preços, namaioria das vezes, são completamente fora da realidade local. O cientista político Cláudio Augusto Duarte afirma que a falta de ações se deve a políticas públicas equivocadas que não refletem as necessidades da população, além da falta de disposição de políticos que optam por não dar continuidade às obras de seus antecessores sob a justificativa de que, após concluídas e postas em funcionamento, não serão lembradas como de sua responsabilidade, mas, sim, de gestões anteriores. “A administração pública precisa ser exercida de cima para baixo, ouvindo as necessidades das comunidades. Isso, lamentavelmente, não é colocado em prática. Ouve‐ se muito alocações de recursos de emendas parlamentares emesmo de convênios comdeterminados ministérios para construção de bens públicos com o objetivo de beneficiar a população, mas a população não é ouvida para saber se aquelas obras são prioritárias. Em vez de uma praça, por exemplo, a comunidade precisa de uma escola, de um posto de saúde ou de asfalto, e isso acaba fazendo com que todos cruzem os braços sem se importar se a obra não teve continuidade, porque ao cabo e ao rabo é uma obra que não espelha as necessidades locais”, expõe Cláudio Augusto Duarte. ● Infra-estrutura Revista DIÁRIO - Edição 17 - Ano 2016 - 22 Texto: Ramon Palhares

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