Revista Diário - 17ª Edição
Revista DIÁRIO - Edição 17 - Ano 2016 - 19 A bonita Annie Carvalho admite que o estudo da Geografia ama‐ dureceumuito a poesia regional desenvolvida por ela, mas que foi a par‐ tir de 2010, quando já formada, que co‐ meçou a levar os versos a sério, amadu‐ recida pela nova tarefa de declamar poesia emeventos da Confraria Tucuju. Como declamadora, adquiriu visibi‐ lidade paralelamente à carreira de es‐ critora. Depois, entrou sequencialmen‐ te emgrupos de poesia – Pena &Perga‐ minho (P&P), Jovens Escritores e Boca da Noite –, passando, amiúde, a partici‐ par de eventos em escolas, estabeleci‐ mentos públicos, ruas e praças. Em 2015 ingressou no projeto Mú‐ sica Popular do Amapá (MPA), organi‐ zando o setor de poesia domovimento. Neste ano de 2016 passou a se inscre‐ ver em editais de concursos literários. Está se dado bem. Faturou o terceiro lu‐ gar no Concurso Literário P&P, na mo‐ dalidade contos, e foi selecionada e vi‐ toriosa no Concurso Nacional Novos Poetas (Prêmio Sarau Brasil). Annie Carvalho é umamorena ama‐ paense de sorriso lindo, educada, sen‐ sível, fina, de boa conversa, e mais que tudo: simples e de grande personalida‐ de. Ela faz do saber uma parte impor‐ tante de sua vida. É ativa. Além de for‐ mada em Geografia, é guia de turismo regional, cadastrada peloMinistério do Turismo, e servidora pública. No currículo da escritora ainda constam o Prêmio Menção Honrosa (CNPq‐Unifap 2009) pelo artigo ‘Dinâ‐ micas territoriais’. Em 2014, ganhou o prêmio Rosa Negra de Literatura – Con‐ tos Inéditos. No ano seguinte, foi publi‐ cada pela revista poética e cultural Mal‐ lamargens, de Curitiba (PR). Também publica no Recanto das Letras e apre‐ senta o espetáculo poético ‘Liras e Mo‐ cambos’, onde emmeio a performances emúsicas declama a poesia regional da Amazônia. ● Seubotodonodas águas Ensine-me a remar. Cortar essasmarés de léguas Cavalgar feito égua Na cristadesses pastos d’água. Seu botofilhoda lua Ensine-me a sonhar. Sou criaturadesse sertãode água. Sou valente, rosa de pedra-metade gente. Criei-me nobreu damata só Tenho a solidãodesse pó. Assentada sobre o lajedo Desse desassossego. Seu boto-maestrodo feitiço. D’olhomístico, Edonoda liberdade. A secura viva queme invade É o galope damocidade. ● SEU BOTO
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