Revista Diário - 16ª Edição - Junho 2016
O s waiãpis estão distribuídos em 13 pequenas aldeias situadas em áreas protegidas do centro‐oeste do estado do Amapá, na região delimitada pelos rios Oiapoque, Jari e Araguari, junto aos limites do Pará com o Suriname e a Guiana Francesa, entre os municípios de Mazagão, Laranjal do Jari e Pedra Branca do Amapari e Macapá. Há um outro grupo, isolado, no alto Ipitinga. Outro grupo está localizado na Guiana Francesa. Uma outra família habita o Parque Indígena do Tumucumaque, parte do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, no estado do Pará. Esse último é o povo da militar Sílvia. A índia conta que aos quatro anos de idade sofreu grave acidente, e ficou hospitalizada por meses, em Macapá. “Aproveitei para estudar”, lembra. Depois se tornou mãe aos 13 anos. Foi quando decidiu abandonar a aldeia e se mudar para o Rio de Janeiro. “Fui sozinha. Não conhecia ninguém, dormi nas ruas por alguns meses. Eu tinha uma pedra, que acreditava que era sagrada, e a vendi para comer. Com aquele dinheiro consegui comer uns dois dias. Depois comecei a vender livros de porta em porta”, lembra Silvia que ainda adolescente começou a declamar poesias e diz que foi incentivada a escrever pela Associação Profissional de Poetas do Estado do Rio (Apperj). Irrequieta, resolveu estudar artes e ganhou prêmios por seus poemas: Medalha Cultural Castro Alves, Medalha Monteiro Lobato e também um prêmio de jovem escritora da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul. Sílvia Nobre também é atriz. Atuou na minissérie ‘Dois Irmãos’ e na novela Uga‐Uga, da Globo. Mas o esporte é uma paixão para a índia. Disposta a aprender a correr, ela foi motivada por um técnico do Vasco da Gama. “Me apaixonei pelo esporte”, diz a militar que acabou deixando as artes, direcionando‐ se aos estudos na a área da saúde e fisioterapia ligada ao esporte. RETORNO Desde que deixou sua aldeia, Sílvia voltou apenas quatro vezes para visitar o povo Waiãpi. A última vez foi há sete anos. “É muito longe e caro. Cada vez que vou lá é uma surpresa. Às vezes a gente se fala por telefone, quando eles estão numa outra aldeia de povos amigos, que tenha sinal de telefone”. Na aldeia de Sílvia, nem todos os índios sabem falar português; os mais velhos “preferem não saber o português”. (Fontes Uol e Google) ● Revista DIÁRIO - Junho 2016 - 9 ● Comomarido tambémmilitar ● Adolescente, caracterizada comowaiãpi ● Sílvia e prole
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