Revista Diário - 16ª Edição - Junho 2016

Revista DIÁRIO - Junho 2016 - 79 H oje observamos que o consumo de frango conge‐ lado subiu tanto que nos tornamos o maior con‐ sumidor per capita do país com mais 30 kg/pes‐ soa ano. Levando em consideração uma população de 750 mil ‘almas encarnadas’ vivendo no nosso Amapá, es‐ tima‐se que no ano de 2015 foram consumidas 22,5 mil toneladas de frango. Tendo o preço médio por quilo gi‐ rado em torno de três reais, a receita total foi mais de 67 milhões de reais. Se o ICMS do frango estiver entre 8% e 10%, teoricamente, a receita estadual recolheu de seis a oito milhões de reais em 2015, decorrente só da co‐ mercialização de frango congelado, isso sem considerar que dentro dessas 22,5 mil toneladas de frangos esta‐ vam 2,0 mil toneladas de coxas de frangos, 60 toneladas de miúdos (coração e moela), 346 toneladas de peito de frango, itens que possuem preços bem acima do fran‐ go congelado. Apenas 67,5 toneladas de frango não con‐ gelado (adquiridos vivos ou abatidos na hora) foram co‐ mercializadas, o que daria 0,09 kg/pessoa ano, ou seja, 90 gramas. O frango congelado consumido no Amapá vem pra‐ ticamente do centro sul do país, onde as grandes em‐ presas trabalham com aves geneticamente modifica‐ das, e dizem as más línguas, alimentadas com ração balanceada enriquecida com hormônio, o que faz com que o frango alcance três quilos em torno de 40 dias, um terço do tempo obtido por nós no velho Ginásio Ti‐ radentes nos anos 1970. Mesmo assim estou contente, pois o frango que pro‐ duzimos era um frango saboroso que dificilmente en‐ contramos hoje. E eram frangos e frangas de que ainda se retirava a boa e velha banha de galinha para remédio. Os nossos últimos avicultores não estão em condi‐ ções de competir com uma indústria que é competente no que faz e possui experiência de mercado internacio‐ nal. O frango produzido no Amapá não possui as míni‐ mas condições de ir ao mercado com o preço abaixo de seis reais o quilo. Por outro lado, esses congelados importados fazem com que uma parcela significativa da população, maioria de baixa renda, tenha acesso às proteínas do frango, e devido ao sucesso da avicultura que conseguimos no Gi‐ násio Tiradentes, nossa equipe foi convidada por diver‐ sos colégios e ginásios da época, para introduzirmos a avicultura nos estabelecimentos e iniciarmos as suas alunas na atividade avícola. E um desses foi o Colégio Dom Aristides Pirovano, onde o professor Reinaldo era o grande incentivador. Mas o espaço aqui é pouco e dei‐ xaremos isso para um papo de bar, onde com certeza te‐ remos cerveja e scotch importados, com tira gosto de frangas nativas assadas. Tudo isso é para dizer que a santa banha da franga está rara, e estou precisando para passar no meu torno‐ zelo fraturado. ●

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