Revista Diário - 16ª Edição - Junho 2016

A s mulheres estão pontificando em todos os luga‐ res, fato constatado pelos últimos levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Inclusive, passaram o ocupar cargos de coman‐ do no tráfico de drogas, não somente na compra e ven‐ da, mas, principalmente, em áreas estratégicas das quadrilhas internacionais. Elas trabalham também co‐ mo chefes de "bondes" (comboio de traficantes, para roubar carros e cargas), gerentes de ponto de venda, chefes da endolação de drogas, olheiras, seguranças, e muitas trabalham em prol dos traficantes como cozi‐ nheiras, enfermeiras, entre outras atividades. E nesse envolvimento não estão somente mulheres de baixa renda (oriundas das chamadas classes C e D). Recentemente, a “Associação Juízes pela Democracia” fez um alerta sobre a vulnerabilidade das mulheres ao recrutamento do tráfico de drogas. Cerca de 64% que são presas, foram condenadas por envolvimento com o tráfico de entorpecentes. Por uma série de ca‐ racterísticas, uma delas é a questão da fidelidade à opressão e submissão ao homem, que está sendo mui‐ to mais usada pelo tráfico. Quase 80% das mulheres presas, guardam o mesmo perfil: jovens, bonitas e de classe média. Exemplo é o caso da estudante Bibiana Roma Cor‐ rêa, filha de um coronel da Aeronáutica. A jovem de classe média integrou duas das maiores quadrilhas de assaltantes de residências do Rio de Janeiro. Tem tan‐ tas histórias para contar que pensa até em escrever um livro. Nele, poderá relatar, por exemplo, como foram as mais de dez vezes em que conseguiu “escapar” depois de ser presa ao lado do então namorado Pedro Macha‐ do Lomba Neto, o Pedro Dom, morto em confronto com a polícia. Bibiana cumpre pena em regime fechado. Nos últimos anos, o número de mulheres recruta‐ das para o transporte da droga – as “mulas” – cresceu muito. Esse fenômeno da feminização do narcotráfico tem pelo menos três explicações. A primeira é a de que os traficantes acreditam que as jovens de boa aparência contam com maior condescendência da po‐ lícia durante batidas policiais nas estradas. Outra é a forte expansão, no Brasil, da máfia nigeriana. O grupo atua em associação com os produtores de cocaína na Colômbia. Seus integrantes se especializaram em re‐ crutar belas brasileiras para, daqui, levarem cocaína para a Europa e, de lá, voltarem com comprimidos de ecstasy. É neste ponto que se encontra o terceiro motivo. Com a “Lei do Abate”, que permite ao governo atacar aviões suspeitos de ilegalidades, os grandes traficantes resolveram pulverizar suas remessas de drogas. Tanto na entrada quanto na saída do País, os bandidos opta‐ ram por espalhar sua mercadoria entre viajantes que usam estradas e aeroportos, em lugar de lotar peque‐ nos aviões com a droga. A ONU estima em US$ 100 bi‐ lhões/ano o movimento financeiro do tráfico de drogas no mundo. ● Narcotráfico tambémabsorve “patricinhas” e famosas Revista DIÁRIO - Junho 2016 - 77

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