Revista Diário - 16ª Edição - Junho 2016

Revista DIÁRIO - Junho 2016 - 62 A chegada de investimentos no setor do chamado agronegócio reacende as esperanças de produtores locais de abastecer omercado consumidor amapaense O Amapá desponta como uma nova fron‐ teira agrícola na regiãoNorte do Brasil, segundo investimentos no setor e com generosas repercussões na mídia nacional. Matérias do Valor Econômico e, mais recente‐ mente, do jornal O Estado de São Paulo, des‐ tacamas boas condições climáticas e solo fér‐ til do Cerrado amapaense, o que tem desper‐ tado o interesse de pequenos emédios produ‐ tores e até de grandes grupos vindos de re‐ giões tradicionais do chamado agronegócio, como o Mato Grosso. Mas só escoar a produção de grãos de ter‐ ceiros não basta. O estado faz planos para tambémaumentar a produção interna. Os pri‐ meiros plantios de soja na região foram em 2001 e envolviamapenas 200 hectares. A che‐ gada de produtores comcapacidade de inves‐ timento e tecnologia há quatro anos mudou o cenário. De 2012 para 2013, a área plantada com grãos passou de 2,4 mil para 10 mil hec‐ tares, enquanto a produção de grãos passou de 7,6mil toneladas para 25mil toneladas no período, segundo a Empresa Brasileira de Pes‐ quisa Agropecuária (Embrapa). Considerando apenas a soja, a área saiu de 1,6 mil hectares em 2012 para 6 mil hectares ano passado – a produção avançou de 4,2 mil toneladas para 15 mil toneladas no mesmo período. Ainda que tenha sido ummarco para o estado, é qua‐ se nada quando se pensa na área e na produ‐ ção do Brasil. NÚMEROS A Embrapa estima que a área plantada com grãos possa chegar a 20 mil hectares. Projeções para daqui a 20 anos mostram que a área deve atingir o potencial máximo, com 200 mil hectares. Hoje, as áreas de cer‐ rado aptas a cultivos correspondem a 932 mil hectares ou 6,5% do território do Ama‐ pá. “Desses quase um milhão, temos que descontar 50% de áreas de preservação permanente e 140 mil que pertencem a uma empresa japonesa que planta eucalipto”, ex‐ plica o analista da Embrapa Amapá, Gustavo Spadotti Castro. O potencial limitado, con‐ tudo, não tem sido um fator inibidor. Um le‐ vantamento realizado pela Embrapa com 15 dos principais produtores do estado revela que 47% têm mais de 30 anos de experiên‐ cia no setor. ● AS CHANCES DO Amapá produzir seus alimentos ● PIONEIRISMO - No campo amapaense, produtores de soja fazemplanos para abastecermercados interno e externo. Reportagem: Cleber Barbosa - Colaborou: Fernando Taquari. O Amapá ao longo de sua história jamais foi autossuficiente na produção de alimentos, mas o chegada do agronegócio pode mudar esse quadro. Local Arquivo: Alcilene Cavalcante

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