Revista Diário - 16ª Edição - Junho 2016
A trajetória do “menino pobre, mas corajoso dos verdes campos do Planalto Central”, como faz questão de lembrar, devido aos inúmeros obs‐ táculos que teve de superar nos caminhos da educa‐ ção e da construção da sua história, teve que encarar com as intempéries propostas pela dura vida do ser‐ tão alagoano. Devido à falta de emprego e inúmeras necessida‐ des, seus pais tiveram que deixar a cidade natal, mi‐ grando‐se para a cidade de Ceres/GO, onde passaram o período de um ano, começando assim a primeira fa‐ se da história do êxodo familiar, pois seu pai era ad‐ ministrador de Fazendas e vivia uma vida quase ciga‐ na. Seu Amaro, o patriarca da família Ribeiro, aprovei‐ tava a safra de arroz, milho, feijão e outros produtos cultivados nas fazendas da região para conseguir tra‐ balho e o pão de cada dia. Além do sonho de um tra‐ balho, também queria conquistar um local bom e pro‐ missor para estabelecer a família e educar os filhos rumo a uma vida descente e segura. Nada era fácil para a família Ribeiro. O dia a dia era sempre cheio de dificuldades. Seu Amaro conseguiu mais um contrato de um ano para trabalhar em outra fazenda da região, desta vez na cidade de Nova Amé‐ rica/GO. Mas, as adversidades sempre eram inúmeras e tiveram que buscar um novo horizonte. Deslocaram‐ se para a cidade de São Paulo, onde residiram por dois anos. Tempos de muitos obstáculos e de sofrimentos foram aqueles. Após esse período retornaram ao Pla‐ nalto Central, para tentar novamente a sorte, agora na cidade de Mundo Novo/GO. Porém, nessa fase da vida da família Ribeiro, o des‐ tino tinha preparado um golpe impiedoso. Em meio aos mais variados problemas, aconteceu o pior: a di‐ visão da família devido à separação de seus pais, sen‐ do esta considerada a fase mais difícil da vida do pe‐ queno Zé Ribeiro, que ficou ao lado de sua mãe, dona Carmelita. Ela decidiu tentar um porto seguro na ci‐ dade de Crixás/GO, conseguindo trabalho em uma pensão após passar por um turbilhão de incertezas propostas pela vida. “A separação de meus pais foi um duro golpe para nossa família, principalmente o mo‐ mento de escolher com quem os filhos ficariam. A tris‐ teza era muito grande. Ficamos sem rumo, sem saber o que fazer. Foi um dos momentos mais difíceis dos meus quatro irmãos. Eu optei em ficar ao lado da mi‐ nha mãe Carmelita, uma mulher trabalhadora, dedi‐ cada, honesta e guerreira que nos amava e que bata‐ lhava pela nossa sobrevivência. Ela sempre quis o me‐ lhor para todos nós. Apesar de tantos obstáculos que a vida colocou em meu caminho, consegui com muito esforço, estudo, trabalho e principalmente commuita fé, vencer na vida. Por isso sou grato a Deus por todas as luzes que Ele me direcionou”. ● Gente José Ribeiro de Oliveira, do alto de seus 61 anos, pode ser definido com uma pessoa extremamente determinada e detalhista. Alguém que nunca desistiu ante as dificuldades, apesar das tantas tempestades que enfrentou no curso da vida. Imensamente simples, discreto e de pouca fala, conserva uma postura altiva e atenta, almejando todos os dias a perfeição nas atividades que realiza. Nordestino, nasceu Revista DIÁRIO - Junho 2016 - 56 JosédeOliveira, umhomem acostumado aenfrentar tempestades
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