Revista Diário - 16ª Edição - Junho 2016
Elayne Cantuária, Juíza e articulista do Jornal Diário do Amapá e Revista Diário fixo, o primeiro é de prata dourada e o segundo, de ferro. Abdicou do apartamento próprio e de um assessor pes‐ soal para hoje dividir um apartamento com outro sacer‐ dote e preparar sua própria comida. Esses dias, confes‐ sou que sentia saudades de andar pelas ruas de Roma co‐ mo antes, quando era arcebispo. Já foi visto tomando tá‐ xis e trens ao invés de sair de carro e motorista particu‐ lar. O acolhimento que deu aos divorciados, homosse‐ xuais, refugiados e minorias étnicas, entre outros, é algo que toca nossos corações. Indubitavelmente é um Papa que veio para ajudar a remendar os pedaços da grande cisão, não só religiosa, mas de outros setores que o mundo moderno vivencia. No trato como gente comum, que faz questão de ser o su‐ cessor de São Pedro, protagonizou episódios hilários de que não me recordo de um religioso desta envergadura: a gostosa gargalhada ao ver uma criança vestida de Papa; a pergunta para uma brasileira sobre quem era melhor no futebol, Maradona ou Pelé e, no ano passado, a "esca‐ padinha" dele para ir atrás de um óculos, em plena zona comercial de Roma. Quis preservar sua armação antiga para economizar e fez questão de pagar pelo serviço. Era tão improvável a situação que as pessoas se aglomera‐ vam na vitrine da loja, tirando fotos, observando e se en‐ cantando com a doce figura. Alguns pensavam até tratar‐ se de um sósia tão imensamente parecido com o Papa Francisco, posto que, inconcebível um Papa circular entre nós, os mortais, com aquela simplicidade e sem qualquer pompa ou circunstância. Em tempos de culto exagerado ao poder, com disputas muitas vezes pouco éticas para alcançá‐lo, Francisco nos dá uma grande lição: o poder não pode transmudar nossa es‐ sência quando se tem a força interior e a exata noção de quemsomos. Antes de assumir o Papadomuitos apostavam que seria ele extremamente apegado para comas encíclicas mais conservadoras da Igreja. Não foi e não é assim, talvez porque tenha estudado filosofia, teologia, química (émestre e doutor). Narram que, quando universitário, foi porteiro de boate para pagar os estudos. Falamque antes do celibato teria tido uma namorada. Todas essas histórias ou estórias de pessoas comuns o aproximam tanto da gente... Sua san‐ tificação não lhe tirou a marca de ser "humano", antes isso era exclusivo de divindades. HABEMUS PAPAM: Definitivamente Francisco veio pra fazer e ficar na história. Deus é brasileiro, mas como nos cutucam os her‐ manos: o Papa é argentino! ● Indubitavelmente é um Papa que veio para ajudar a remendar os pedaços da grande cisão, não só religiosa, mas de outros setores que o mundo moderno vivencia. No trato como gente comum, que faz questão de ser o sucessor de São Pedro, protagonizou episódios hilários de que não me recordo de um religioso desta envergadura. Revista DIÁRIO - Junho 2016 - 43
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