Revista Diário - 16ª Edição - Junho 2016
N o entanto, há mercados que vêm conseguindo sobreviver emmeio a tantas intempéries, e um deles, para a nossa alegria, é o de vinhos. Ainda que no Brasil não haja números oficiais de venda de vinho, é possível obter dados oficiais de importação no sítio do Ministério da Fazenda. A partir desses dados, é possível comparar as importações do primeiro trimestre de 2016 com o de 2015, em que houve crescimento em volume de 18.362.400 garrafas em 2015 para 19.060.800 em 2016. Se os números apontam para um aumento de importação do número de garrafas, a análise de outros dados, como a diminuição do valor real do FOB (valor do frete marítimo) no mesmo período, mostra que os brasileiros não estão abrindo mão de tomar seu vinho, ao contrário, estão consumindo mais, contudo, investindo em rótulos mais baratos. Didu Russo, em recente artigo, afirmou que, inclusive, o consumo de vinhos sul‐americanos aumentou em relação aos normalmente mais caros europeus. Para um país que consome pouco menos de dois litros per capita de vinho por ano, emmeio a circunstâncias mercadológicas desfavoráveis, o setor mostra a força de crescimento que possui. Ciro Lila, Revista DIÁRIO - Junho 2016 - 40 Mercado brasileiro de vinhos Vinhos JoséBogéa Dr. JoséBogéa, advogado e enófilo - ntbog@uol.com.br A imensa crise político-econômica traz cenário desolador para a atividade empresarial como umtodo. As informações divulgadas na imprensa dando conta de cinco mil indústrias fechadas, cemmil lojas comas portas cerradas e 11milhões de desempregados, remetem-me à bela e fúnebre obra prima de Theodore Gericault, que pude contemplar noMuseu do Louvre em Paris, conhecida como “Le Four à plâtre” (algo como “O forno de cal” emtradução livre), em que é retratada umamalfadada empresa de produção de bijuterias, commatizes sombrias e notável aspecto decadente.
RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=