Revista Diário - 13ª Edição - Fevereiro 2016
Entrevista pra 50 anos. A ponte, por exemplo, que a gente projeta para atravessar o Canal das Pedrinhas pela Professor Tostes pensa em desafogar o trânsito, o que hoje não seria necessário, mas estou pensando daqui a dez anos, quinze, anos, vinte anos. Quando eu penso na urbanização do Canal das Pedrinhas e Beirol, eu estou pensando daqui a vinte anos; eu já estou pensando como é que a gente pode realocar aquela população que vive da venda de madeira, numa área ao lado, para garantir o acesso livre de embarcações, para uma vocação turística, por exemplo, no Canal das Pedrinhas. Diário – Como o senhor pensa nessa questão dos canais de Macapá? Prefeito Clécio – Quase sempre, até pela própria prefeitura, os canais, as nossas áreas de ressaca, sempre foram tratados de forma negativa, mas não são. Eles são uma dádiva que nós temos. Os nossos canais, as nossas áreas de ressaca ou alagados cumprem funções fisiológicas muito importantes do ponto de vista da cidade, que é um corpo vivo. Primeiro, eles são o nosso sistema de drenagem perfeito, criado por Deus. Eles dão conta de drenar a nossa cidade, e olha que moramos numa região superplana, à margem do rio Amazonas, no nível do mar. Por que a gente não vai pro fundo? Porque o nosso sistema de drenagem é perfeito. Eles também cumprem o papel de refrigeração da cidade. Quem vem a Macapá, e visita Belém e Manaus, vê a diferença, porque aqui é quente, mas não abafado, isso porque além da orla aberta que temos, deste patrimônio, que é o rio Amazonas, temos o este sistema natural de refrigeração, é como se fossem as serpentinas de um aparelho de ar condicionado. Então, os canais, as áreas de ressaca, são bons pra gente, por isso que nestes três anos de gestão fizemos tanta questão de limpar os canais. São quase dez quilômetros de canais, só na área urbana. Nós conseguimos sete quilômetros e oitocentos por ano. Com esse gesto, esperamos chamar a atenção da sociedade para que aqueles que passam pelos canais não joguem nada neles; e aqueles que moram sobre os canais, que os cuidem. Omeu sonho como gestor, e a minha tarefa, é cada vez mais restituir e tratar os canais com a beleza que eles têm, com a importância que eles têm. Diário – O governador Waldez Góes usou comomote de campanha o slogan “cuidar das pessoas e cidades”. Ele tem feito isso? Prefeito Clécio – Na nossa não. Na cidade que é a capital do estado e que concentra 60%da população, ainda não, infelizmente ainda não. Mas eu ainda espero que o governador Waldez olhe para Macapá, e tenha uma ação forte ação no município, em parceria com a prefeitura. Isto não será para o prefeito Clécio, será para a população, da qual ele e eu fazemos parte. Diário – Qual a melhor mensagemque o senhor tem para dar ao povo da sua cidade, neste 4 de fevereiro? Prefeito Clécio – É a mensagem que tratei quando me propus a ser Prefeito de Macapá, ainda candidato, e que venho passando desde o primeiro dia de gestão. É de que este lugar em que a gente vive, é a nossa casa; é nela que a gente vive, amanhece, trabalha, circula, que a gente tem amigos, que ri, chora; é ela que nos acolhe; à noite descansamos. Devemos pensar nestas vantagens comparativas do rio Amazonas, nos símbolos, cultura, e pensar que ela é a nossa grande casa pra reivindicar todo o amor que podemos ter, e transformar isso na nossa prática do dia adia, cuidando da frente das nossas casas, cuidando dos nossos quintais; não jogando lixo nas ruas, nos canais, enfim, vivendo bem nos cômodos desta nossa grande casa, que é Macapá, que agora completa 258 anos. ● Revista DIÁRIO - Fevereiro 2016 - 56
RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=