Revista Diário - 13ª Edição - Fevereiro 2016

Entrevista recuperação do balneário, do complexo esportivo, das ruas, da história da Fazendinha. Fizemos lá três edições do Macapá Verão de muito sucesso, mas essa última, com essa alma da cultura, recuperando o que a Fazendinha representa pra gente. O nosso CEU das Artes é considerado a melhor experiência de espaço de multicultura do Brasil. Funciona de domingo a domingo, de manhã, de tarde, à noite, às vezes até de madrugada com produção constante de teatro, música, poesia, dança, artesanato. O próximo CEU das Artes que já está entrando na fase licitatória, na zona sul; o Banzeiro Brilho de fogo, um projeto apaixonante que une a força das famílias tradicionais do Marabaixo e Batuque, casando com as multifaces que essas expressões têm. Fizemos oficinas nas pontes, nas áreas de ressaca, nas escolas, faculdades, praças, nos pontos de cultura; fizemos depois disso ensaios fechados, ensaios abertos, depois os cortejos. Hoje, o Banzeiro já faz os cortejos com uma elegância nas ruas da cidade, mostrando que nós temos, como Poder Público, a consciência de que devemos apostar nas mais diversas áreas da cultura, mas que o papel inicial é dar proteção ao nosso patrimônio cultural, e difundi‐lo, e o Banzeiro visa isso. Diário – Há ainda mais coisas em relação à cultura? Prefeito Clécio – Sim. A produção pedagógica das nossas escolas, hoje, é totalmente associada com a produção cultural. O que acontece dentro das 80 escolas do município é uma verdadeira produção pedagógica com toda a base na nossa cultura popular, na nossa dança, na nossa música. Isso, no segundo semestre desses três anos, vem expressando‐se, sobretudo nesse último agora, em apresentações no Teatro das Bacabeiras, nas praças, festivais. Isso forma plateias, forma consumidores de cultura, valoriza os nossos artistas e produz economia, a partir da cultura. Diário – O senhor parece tão íntimo da cultura... Prefeito Clécio – Eu comecei minha militância, não como militante político partidário, mas como militante cultural. Eu nunca esqueço disso. Sempre que é possível ou necessário, lembro que a minha militância começou no movimento cultural. Eu participava de ummovimento chamado Mora, Movimento Rearticulando a Arte, por uma política cultural democrática, e eu carrego essa bandeira até hoje. Fui produtor cultural, na minha adolescência, de boa parte dos nossos músicos, como Osmar Júnior, Amadeu Cavalcante, Zé Miguel, Val Milhomem, Joãozinho Gomes. Trago esse compromisso até hoje, e isso se reflete fortemente na nossa gestão. Diário – A sede domunicípio de Macapá se expande desordenadamente, por conta de uma migração intensa, e do constante êxodo rural. O que o senhor tem feito para ordenar essa, digamos, desordem? Prefeito Clécio - Primeiro, isso foi um processo de pelo menos 20 anos de crescimento desordenado. Então, o primeiro passo é realmente tentar estancar esse movimento do rural para o urbano com políticas para os distritos. Segundo, permitir que, na ausência das nossas políticas, que o setor privado possa intervir nessa área. Antigamente, pegava‐se o dono de um imóvel grande que simplesmente cercava, riscava a rua e vendia os lotes, sem nada de infra‐estrutura. Isso é crescimento também desordenado. Mas hoje em dia estamos incentivando esses empreendimentos que estão aí na franja da cidade, ajudando a ordenar. Hoje se temmais área desordenada na média da cidade do que na franja hoje é ocupada por loteamentos que só autorizamos se tiveremmeio fio, drenagem, água, estação de tratamento de esgoto, energia elétrica, pavimentação. Sem isso não liberamos Revista DIÁRIO - Fevereiro 2016 - 54

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