Revista Diário - 13ª Edição - Fevereiro 2016
Entrevista evista Diário - Como sociólogo e estudioso da cultura macapaense, qual sua abordagem sobre a cidade de Macapá? O que o senhor destacaria como positivo e negativo nesses 258 anos? Fernando Canto - Creio que antes de se falar nisso há a necessidade de uma abordagem sobre o processo evolutivo da cidade, onde a modernidade tem a capacidade de construir uma nova ordem. Essa nova ordem é a mesma que se desvencilha das anteriores, porém os olhares diversos e divergentes dos governantes nos remetem a uma realidade múltipla, mais contemporânea. Algo que se efetua através de suas representações e interesses históricos e que transformam não só a cidade, mas também o imaginário de seus habitantes e suas perspectivas sociais, econômicas e culturais. O desejo de mudança da população no aspecto urbano e em nível político responde pela denominação de modernidade, que veio em forma de energia elétrica, iluminação pública, rádio e televisão, abastecimento, água tratada e esgoto, comunicações tecnológicas, educação superior, etc.. Assim foi que depois de quase 200 anos de abandono administrativo até a sua construção como capital do antigo Território Federal do Amapá, Macapá encontrou o primeiro ponto positivo dessa transformação, só comparável até então com a construção da Fortaleza de São José de Macapá, no século XXVIII. Em uma cidade em franca transformação, notadamente o que é positivo para uns pode ser negativo para outros, pois nem sempre o planejamento ocorre como se quer, como se visualiza. Mas podemos antever novas formas de riqueza econômica, bem como as mazelas sociais que acompanham de fato as grandes mudanças, as quais só a História vai dizer se foram negativas ou positivas. Tratamos muitas vezes esses aspectos como atos de valoração que são atos de julgamento e de gosto. Você julga para gostar de algo e o gosto envolve escolhas. O desafio damodernidade R Texto: Fernando França FERNANDO CANTO sociólogo Fernando Pimentel Canto faz umpasseio pela história do desenvolvimento de Macapá e seus desafios. Filho de pioneiros amapaenses e laguinhense apaixonado, Fernando Canto é sociólogo, jornalista, escritor, poeta, crítico. Publicou 13 livros emvários gêneros. É uma das principais referências culturais do Amapá. Possui diversas graduações, mestre emdesenvolvimento regional pela Universidade Federal do Amapá e doutorando em sociologia pela Universidade Federal do Ceará. É membro da Academia Amapaense de Letras, da Academia Artística e Literária de Óbidos/PA, da Academia Amapaense Maçônica de Letras, do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, da Associação Paraense de Escritores, da Associação Amapaense de Escritores e da Associação de Músicos e Compositores do Amapá. É, também, músico e compositor emembro fundador do Grupo Musical Pilão que há quatro décadas vemdivulgando amúsica folclórica e regional do Amapá, tendo mais de cemmúsicas gravadas pelo grupo e pelos diversos parceiros musicais de todo o Brasil, mas especialmente do Amapá. Ganhou importantes prêmios literários, entre os quais o I Concurso de Contos da Região Norte, como conto “O Bálsamo”, amplamente republicado emdiversas linguagens artísticas, traduzido para o francês, analisado na Academia e utilizado para vestibulares. Ocupou papel de destaque nas administrações do estado do Amapá e domunicípio de Macapá. Pelo seu papel de destaque foi homenageado por três escolas de samba do Amapá. Implantou a Rádio, a TV e a Editora Universitária, das quais foi Diretor por cinco anos. Atualmente desempenha suas funções na edilidade da Universidade Federal do Amapá. Nasceu em29 demaio de 1954. Revista DIÁRIO - Fevereiro 2016 - 48 O
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