Revista Diário - 13ª Edição - Fevereiro 2016

Revista DIÁRIO - Fevereiro 2016 - 41 E moutro canto da cidade, Osmar Jr. corria com suas férteis e apuradas poesias pelos “campos do Laguinho” e entre roupas e lavadeiras dos “Igarapés das Mu‐ lheres”. Ele logo co‐ nheceu Amadeu, a quem apresentou os primeiros ensaios de suas melodias. Em‐ polgado com o novo amigo, Amadeu se encarregou de lhe apresentar a Val Milho‐ mem, não sem antes de uma boa caminhada do Formigueiro ao Laguinho (bairro tradicional de Macapá). Pronto, o trio estava formado, e viven‐ do aquelas descobertas de uma geração mergulhada em músicas, poesias e que não abriamão de cantar as próprias composições pelos barzinhos da cidade. “Onde chagáva‐ mos a gente cantava as nossas músicas e as pessoas olha‐ vam meio de lado, com aquela cara de quem não gostou, querendo saber o que era aquilo, que eram aqueles jovens ousados, peitudos, né”, recorda Val. O ano era 1979, quando criaram o Grupo NÓS e participaram do primeiro festival comuma composição chamada Pecado Secreto, de autoria de Osmar Jr. e Álvaro Ribeiro. Vale lembrar que o tradicio‐ nal Grupo Pilão, precursor do regionalismo musical, mas comoutra vertente melódica, outro formato, exerceu forte influência no caminho traçado pelos futuros fundado‐ res do Movimento Costa Norte. Quando forampara os festivais, o Grupo Pilão já estava na estrada há muito tempo. ● “Eudeixei a porta aberta e esperei você voltar comesses olhos tão imensos de quemchega pra amar avistei as revoadas indo rumo amaracá o queme dá então eu vou ver esse rio espocar numaçoite como quemquer quebrar o quebra-mar eu vou ver as sereias nadando na noite como quemquer ver a gente se encantar” (Trecho damúsica Revoada, de Osmar Junior)

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