Revista Diário - 13ª Edição - Fevereiro 2016
Revista DIÁRIO - Fevereiro 2016 - 40 Cultura E mbaladas por músicas in‐ ternacionais e bandas que agitavamos bailes locais, como a banda Os Cometas, as noitesmaca‐ paenses eramdivertidas, porémsemmuitos tem‐ peros. Nas rádios os su‐ cessos nacionais fica‐ vam por conta de movi‐ mentos como Tropicália, Clube da Esquina, Bossa Nova e grandes composito‐ res como Chico Buarque, Paulinho da Viola, Cartola e muitos, muitos outros responsá‐ veis pela grande expansão da Música Popular Brasileira (MPB). “Era o que ouvía‐ mos naquela época. E éramos muito jovens ainda”, relata o músico e compositor ValMilhomem, lembrandoquena oca‐ sião ainda não conhecia o restante da “trupe” comque viria compor o Movimento Costa Norte no fim da década de 1980, mas já se esbaldava nas noites na companhia de ou‐ tros personagens comoomaestro JoaquimFrança, Zenô Sil‐ va, Rosemir, Ivan, Álvaro Ribeiro, esse último um grande compositor... todos de alguma forma ligados à música e fu‐ turamente integrantes do Grupo NÓS, famoso nos festivais daqueles tempos e o primeiro embrião do que seria o Mo‐ vimento Costa Norte. As noitadas eram regadas a batidas de limão (mistura de cachaça, açúcar e suco de limão) e muitas canto‐ rias e rolavam numa praci‐ nha bem rústica, dessas que a gente encontra nas pequenas cidades do inte‐ rior, localizada em frente a cidade, ao lado do antigo Novo Hotel, hoje Macapá Hotel. Nesse tempo, a orla de Macapá se limitava ao trecho entre a Fortaleza de São José e o Macapá Hotel. “E ali nós amanhecíamos “Que vida boa sumano Nós não temnem que fazer planos E assimvãopassando os anos eita! Que vida boa Que vida boa suprimo Nós só tem que fazermenino E assimvãopassando os anos eita Que vida boa Avida daqui é assimdevagar...” (Trecho damúsica Vida Boa, de Zé Miguel) bebendo e cantando o que havia de melhor na música bra‐ sileira. Lembrobemque o repertóriodeToquinho eVinícios sabíamos de cabo a rabo”, relembra omúsico. Não demorou muitoparaValMilhomem– formigada gema, nascido e cres‐ cido no “Formigueiro” (comunidade homônima do Largo dos Inocentes localizada ao ladoda IgrejaMatriz de São Jose) repleto de tradições, encravado no centro na cidade – ser apresentado aAmadeuCavalcante, que passou a frequentar as noitadas na beira rio e logo iniciar uma amizade que se transformaria emmarcante parceria nas décadas seguintes. Os dois foramapresentados por EdsonCavalcante, irmãode Amadeu, e era quem tocava o violão nas serestas. ● Encontros edescobertas
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