Revista Diário - 11ª Edição - Outubro 2015
Revista DIÁRIO - Outubro 2015 - 77 L evantamento da Organização das Nações Unidas (ONU) revela que a região Norte aparece com maior número de rotas intererestaduais de tráfico de seres humanos: ao todo, foram identificadas 76 rotas. O Nordeste vem em segundo lugar, com 52 rotas. Segun‐ do a especialista em enfrentamento ao tráfico de pes‐ soas, Christine Fonseca, todos os estudos realizados apontam o Amapá como passagem, destino e origem do comércio ilegal de pessoas. O livro “Mulheres e homens trabalhando pala paz e contra o tráfico de mulheres e a violência sexual”, pu‐ blicado neste ano, mostra o Amapá com 52 possíveis portas de entrada e saída para essas organizações cri‐ minosas. Realizada entre os anos de 2013 e 2014, a pesquisa das autoras Vera Vieira e Clara Charf, respec‐ tivamente professora doutora da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da ONG Associação Mulheres pela Paz, abrangeu nove regiões fronteiriças do país. A publicação reservou um capítulo abordando o tema “Macapá, a vulnerabilidade das fronteiras com o Suri‐ name e Guiana Francesa”. Christine Fonseca lembra que não é apenas para a exploração sexual que crianças, adolescentes e adultos são aliciados: “Há várias outras destinações do comér‐ cio ilegal de seres humanos, como a remoção de órgãos e tecidos e a adoção ilegal de crianças”. Ela também re‐ velou que mães solteiras são um dos principais alvos, porque estão em situação de vulnerabilidade e querem sustentar os filhos. A especialista afirma que o Brasil é o maior expor‐ tador ilegal de órgãos humanos. O estudo da ONU aponta que as cirurgias ilegais clandestinas para reti‐ radas dos órgãos são realizadas na Europa, Estados Unidos e Israel. ● Alémdo aliciamentosexual, crime é praticado para remoçãode órgãos e tecidos
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