Revista Diário - 11ª Edição - Outubro 2015

Esportes O destino conduz a vida do ser humano para um fim, enquantomatéria, igualando todos a ummesmo ní‐ vel, seja grande ou pequeno. Existe, porém, o con‐ solo da lembrança na memória daqueles que se destaca‐ ramno campo das artes, das descobertas e no esporte. Isso renova a esperança de que a finitu‐ de não é o ponto final da estrada, e o sonho de todo mundo segue firme nos exemplos de muitos que serviram como heróis en‐ quanto viviam. Nossa homenagem é para o ex‐atleta Adhe‐ mar Ferreira da Sil‐ va que, se vivo fosse, teria comple‐ tado emsetembro passado, 88 anos, contando emsua bri‐ lhante carreira a façanha do bicampeonato olímpico no salto triplo, prova que ele inspirou nova dimensão para o mundo atlético. Nascido em São Paulo, Adhemar superou cinco vezes o recorde mundial do salto triplo, sendo o maior deles, em 1955, no México, com 16m56. No Rio de Janeiro, ainda em1955, ele superou amarca de Taoro Ta‐ jima, com 16,01, desde 1936, em Los Angeles. A sua trajetória olímpica começou nos Jogos de Helsin‐ que, Finlândia, em1952, quando assombrou omundo com 16m22, marca considerada na época o limite do homem. Quatro anos depois, em Melbourne, Austrália, foi bicam‐ peão, título que não pôde repetir em Roma, em 1960, de‐ vido à tuberculose que o levou à morte, aos 74 anos, em janeiro de 2011. Adhemar começou atletismo no São Pau‐ lo e, em 1995, transferiu‐se para o Vasco, onde ganhou muitos títulos A versatilidade de Adhemar era invejável. Ele foi ape‐ lidado pelos australianos de Canguru Brasileiro. Foi adido cultural emLagos, Nigéria, e era formado em relações pú‐ blicas, belas artes, advogado e jornalista, comatividade no Última Hora, do Rio. Dominava o inglês e o francês. No ci‐ nema trabalhou no filme Orfeu do Carnaval. Até hoje é, ao lado de Torben Grael, Robert Scheidt e voleibol, os bicam‐ peões olímpicos do esporte brasileiro. ● UlissesLaurindo UlissesLaurindo, comentarista esportivo Adhemar, Canguru Brasileiro Revista DIÁRIO - Outubro 2015 - 67