Revista Diário - 11ª Edição - Outubro 2015

“ Só disse que teria o grande prazer de autorizar. Sen‐ ti profundamente que os cânticos eram inspirações divinas. Decidi ir para a Jornada e fiquei mais emo‐ cionado ainda quando escutei a música sendo tocada em fundo musical em Copacabana. E também fiquei saben‐ do que foi muito tocada em Aparecida, na visita do Papa, lá. Agradeço aos céus, a Jesus e a Nossa Senhora, e na terra a minha esposa Nazaré Neto e ao amigo Ivo Cardo‐ so, proprietário da Auto Escola Rick, que me apoiaram”, curva‐se Serafim. Em 2014, quando já estava 50% recuperado da ci‐ rurgia e das sequelas deixadas pela radioterapia e a qui‐ mioterapia, apareceu inesperadamente uma hepatite B em Serafim. Médicos diagnosticaram a doença como crô‐ nica, e que o tratamento para o controle seria de um ano tomando medicações todos os dias. Os médicos ainda alertaram que iria ser muito com‐ plicado para o paciente, que estava muito debilitado, em virtude de os remédios serem muito fortes. “Então, co‐ mo percebi de certa forma um obstáculo, devido às difi‐ culdades que estavam sendo apresentadas para iniciar o tratamento, decidi que não o faria. Entreguei tudo nas mãos de Deus e retornei para Breves”, relembra João Se‐ rafim do Nascimento. Hoje ele confessa que diante de tanto sofrimento em alguns momentos, no auge da doença, respirando por aparelhos, alimentando‐se por sonda, sem poder falar, disse muitas coisas desagradáveis ao Senhor, a exemplo de “Meu Deus, nem eu que sou um miserável pecador, cheio de tantas falhas, não deixaria que um filho meu passasse por tudo o que estou passando. E o Senhor, que tudo pode, é misericordioso, ama seus filhos, porque deixa eu estar sofrendo tanto? Por que não acaba logo com isso, tirando‐me?” Serafim ainda foi mais longe com as blasfêmias: “Se‐ nhor, se estais do meu lado, ajudando‐me, mostre‐me de alguma forma que eu sinta alguma coisa, que eu perceba e veja a tua presença”. Com uns 15 dias, mais ou menos, começou a perceber que a sua cor estava voltando ao normal, os olhos já não estavam mais amarelados. Voltou a Belém para fazer novos exames, e o médico que o atendia assustou‐se quando olhou os exames e viu que o percentual da hepatite tinha caído 50%, sem ter tomado remédio algum. Quinze dias após repetiu os exa‐ mes e foi constatado que a hepatite já não mais existia em seu organismo. Uma junta médica foi formada no hospital e o médico infectologista de João Serafim disse: “Meu amigo, para Deus é possível o que está acontecendo. Para nós, não. Isso só tem uma explicação: Deus. Já vai completar qua‐ tro anos e venho fazendo acompanhamento. Graças a Deus não há mais nada referente à doença”. João Serafim conta que os acontecimentos com as doenças fizeram com que ele fosse reconhecendo a gran‐ de presença de Deus em sua vida como uma resposta às orações que ele faz incessantemente. Apesar da quimio‐ terapia, seus cabelos não caíram, já recuperou quase que totalmente a voz. O marajoara, que nunca tinha tocado teclado, de re‐ pente passou a ter inspiração para a música. Atualmen‐ te, dedilha teclas, tocando mais ou menos, o suficiente para ajudar na composição dos seus cantos, sempre re‐ ligiosos católicos. João Serafim, em razão do câncer, ficou com sequelas na voz. Por isso não canta, mas todas as letras e músicas são de sua autoria. Ele leva as composições soladas no teclado para o seu produtor musical Marvin Miranda, o qual se encarrega de gravá‐las com acompanhamento de uma banda. O bom católico, como forma de agrade‐ cimento a Deus e à Nossa Senhora, pelas mudanças ocorridas em sua vida, principalmente pela inspiração de compor, e também como pedido de perdão pela falta de paciência com as demoras de Deus, fez os cantos “Je‐ sus meu bom pastor” e “Nazinha querida”, entre outros. Nazinha Querida, composto para o Círio de Nazaré de 2014, foi muito bem aceito pela comunidade. Agora, o professor de história João Serafim do Nascimento está com novo CD na praça, “Caminhando comMaria, seguin‐ do a luz de Jesus”, para o Círio 2015. O CD contém dez cânticos, todos de sua autoria e registrados. Ele fez a promessa de após as homenagens à Nossa Senhora de Nazaré doar para a Diocese de Macapá os cantos Nazi‐ nha Querida e Caminhando com Maria com todos os di‐ reitos autorais. ● Revista DIÁRIO - Outubro 2015 - 57

RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=