Revista Diário - 11ª Edição - Outubro 2015
M arcela Smith iniciou sua vida profissional, cedo, em 1996, como professora de inglês para crianças, ado‐ lescentes e adultos em Belém, tentando compatibi‐ lizar os horários das aulas na faculdade, estágios e trabalho como professora. Amagistradamudou paraMacapá no ano de 2002, após ser aprovada em concurso público da Caixa Econômica Fe‐ deral como advogada, para ocupar a função de coordenado‐ ra jurídica no estadodoAmapá. Oaprendizadoque adquiriu nesta fase de sua vida foi indispensável à sua formação. Emterritório amapaense, a belemensemostrou que tem um coração grande o suficiente para adotar o novo estado como seu lugar nomundo. Ela diz que o fato de ambos os es‐ tados seremparecidos, comtraços culturais semelhantes, fez comque ela se identificasse e se adaptasse rapidamente. Em2010 veio uma nova confirmação de seu trabalho de excelência ao ser aprovada emconcursopúblicopara juiz do Tribunal de Justiça do Amapá, iniciando mais uma fase de conquista profissional e de identificação vocacional. Em abril de 2014, durante a gestão do então desembar‐ gador presidente do Tjap, Luiz Carlos Gomes dos Santos ,Marcella Peixoto Smith teve seu trabalhono Judiciário ama‐ paense reconhecido. Ela foi empossada na titularidade da Vara Única da Comarca de Pedra Branca do Amapari, muni‐ cípio no qual já havia atuado como juíza substituta, e então ascendeu no âmbito da magistratura mediante promoção pelo critério de antiguidade. A dedicação, empenho e amor àmagistratura são algumas das qualidades que caracterizam a atuação de Mardella após umano de titularidade. Um tra‐ balho elogiado e que serve de referência para todos. À frente da Comarca mais nova do estado do Amapá, os desafios não sãopoucos, mas a juíza não temmedo e enfren‐ ta de cabeça erguida, dando continuidade ao trabalho inicia‐ do por seu antecessor. A correria e os importantes afazeres jurídicos servemde combustível para impulsionar esta mulher aguerrida a al‐ cançar os resultadosmais positivos e sedestacar por seu tra‐ balho e preocupação com a comunidade local. Quando o assunto são os casos que mais a preocupam e desafiam, ela não temdúvida de dizer que são os incidentes envolvendo jovens adolescentes, pois mesmo com seu tra‐ balho imparcial e baseado na Justiça, por ser lotada em um município pequeno, acaba tendo muito contato com esses jovens, aprendendo seus nomes, lembrando suas infrações, e é impossível não se comover quando conseguemudar a vi‐ da de um deles, redirecionando seus caminhos para o tra‐ balho e para o estudo. “Quando eu cheguei a Pedra Branca do Amapari havia diversos incidentes commenores de idade. Emquase todos os plantões, nos fins de semana, ocorriamepisódios que en‐ volviamquase sempre osmesmos adolescentes. As ocorrên‐ cias foram diminuindo à medida que o Judiciário, aliado ao Ministério Público, passou a aplicar sanções rapidamente, fiscalizar os adolescentes infratores de perto e prestar aten‐ dimento a toda a família, quando necessário. Em razão de o Município ser interiorano, tornou‐se possível que eu chegas‐ se a lembrar de cadaumdos adolescentes, pelos seus nomes, histórico familiar e infracional”, conta a magistrada. A juíza Marcella relata que infelizmente nem todos os menores infratores são resgatados, mas o fato de amaioria não retornar ao Judiciário em razão de novos atos infra‐ cionais, deixa namagistrada umsentimento de dever cum‐ prido que proporciona satisfação com os resultados que estão alcançando. ● Vida profissional Revista DIÁRIO - Agosto 2015 - 35 Marcela Smith, uma vida dedicadaao direito, a ações sociais eà família
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