Revista Diário - 11ª Edição - Outubro 2015
Trânsito Mobilidade urbana Macapá contrai enfermidade das grandes metrópoles e o trânsito não anda Texto: Ramon Palhares A mobilidade urbana passou do‐ minar a discussão nacional so‐ bre os problemas que mais afligem a população brasileira, mais ainda do que o mar de lama da cor‐ rupção que está sendo sugado pelas bombas da Operação Lava Jato, co‐ mandada pelo juiz federal SérgioMo‐ ro e operacionalizada peloMinistério Público Federal e Polícia Federal, e atémuitomais do que o tão esperado e cada vez mais longe de ser instau‐ rado impeachment da presidente Dilma Rousseff. Macapá está parando, literalmen‐ te! Um trânsito cada vez mais tumul‐ tuado, apesar dos esforços da Com‐ panhia de Trânsito e Transporte (CTMac), que tem em seu comando uma especialista na área: Cristina Baddini, comexperiência acumulada na organização do trânsito de várias cidades brasileiras. Segundo ela, que orquestra a execução do recém‐ela‐ borado Plano de Mobilidade Urbana da Capital, as mudanças que estão sendo feitas, apesar de radicais, são necessárias, dando‐se preferência ao transporte público, que serámais rá‐ pido e de qualidade. O Plano de Mobilidade Urbana fará uma reestruturação do trans‐ porte público de Macapá, que conta‐ rá com novas linhas, além das atuais. Paralelamente a essa inova‐ ção, Baddini anuncia a construção de novos corredores específicos pa‐ ra o transporte público. Uma novi‐ dade é o projeto “Rapidola”, que consiste em inserir o transporte gra‐ tuito dentro de bairros e distritos que não contam com o serviço. Es‐ ses ônibus irão circular dentro das localidades e levar moradores até ao ponto de ônibus mais próximo. Como objetivo demelhorar o flu‐ xo de veículos nas principais vias da capital, estão sendo realizados biná‐ rios, isto é, muitas ruas passam a ser de mão única, além da implantação de monitoramento de trânsito e es‐ tacionamentos rotativos. Para o engenheiro de tráfego Car‐ los Eduardo Durand, paulista que es‐ tá coletando informações sobre a mobilidade urbana em todo o país, que resultarão na publicação de um livro sobre o tema, apesar de todos os esforços e do entusiasmo de Bad‐ dini, a exemplo do que acontece na grande maioria das capitais brasilei‐ ras, Macapá experimenta uma espé‐ cie de apagão urbano, por conta não apenas da deterioração do transpor‐ te coletivo, como também pela pres‐ são da precariedade, cada vez maior, das condições de deslocamento. “Esse processo tem afetado a qualidade de vida da população, que acumula stress cada vez mais acen‐ tuado, o que inibe a produtividade e até mesmo a relação familiar. A po‐ pulação está se tornando uma mas‐ sa atrelada ao caos e dependente de alternativas que, por causa do au‐ mento desenfreado da população e da quantidade crescente de veícu‐ los, estão longe de ser operacionali‐ zadas com a eficiência necessária”, analisa o especialista. ● Revista DIÁRIO - Outubro 2015 - 22
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