Revista Diário - 11ª Edição - Outubro 2015
EGdeintoteria Texto: Célio Alício Polivalente e versátil, Francisco Lino encontra no universo do samba e do carnaval a seara comquemelhor se identifica. DoFormigueiro àNaçãoNegra, avida, apoesiaea artedo Menestrel doLaguinho E m 22 de março de 1935, na área conhecida como Formigueiro, também conhecida como Largo dos Inocentes,, atrás da Igreja Matriz de São José, pelas mãos da avó paterna, Luzia Francisca da Silva, a mitoló‐ gica Mãe Luzia, a maior e mais notabilizada parteira tra‐ dicional (aparadeira) do Amapá, nascia Francisco Lino da Silva, que anos mais tarde se consagraria como o maior poeta e compositor do samba amapaense e maior expoente vivo do carnaval local. Filho de Claudino Lino da Silva e Francisca Santana da Silva, desde pequeno se destacou nos estudos, e ainda muito jovem começou a trabalhar como agente de por‐ taria, agente administrativo e diretor financeiro, todas essas funções exercidas no Instituto Nacional da Previ‐ dência Social (INPS, atual INSS). Graduou‐se como pro‐ fessor pelo antigo Núcleo de Educação da Universidade Federal do Pará (UFPA), que foi o embrião da Universi‐ dade Federal do Amapá (Unifap), ao lado de amigos co‐ mo os professores Antonio Favacho, Maria dos Anjos e Manoel Sobral, entre outros. Foi também jogador de fu‐ tebol, atuando pelo Esporte Clube Macapá, jogando vá‐ rias temporadas pelo Azulino da Avenida FAB, que é o seu clube de coração no futebol amapaense. Polivalente e versátil, Francisco Lino sempre pon‐ tuou com destaque em todas as áreas em que atuou. En‐ tretanto, foi no universo do samba e do carnaval que en‐ controu a seara com a qual melhor se identificou, tor‐ nando‐se um mito em vida, sendo celebrizado como o maior de seus ícones. O primeiro passo dado nesse sen‐ tido foi a militância, ainda na adolescência, nos blocos, ranchos e cordões criados por sambistas de outros lu‐ gares, principalmente de Belém (PA), que vieram para o então nascente território federal a partir de 1944, recru‐ tados pelo governador Janary Nunes para o trabalho na construção civil, destacando‐se entre eles Benedito dos Passos (Mestre Bené), líder da fundação do bloco Ban‐ doleiros da Orgia, primeira agremiação carnavalesca do Amapá, e um dos fundadores e primeiro presidente da Escola de Samba Boêmios do Laguinho, pioneira entre as escolas de samba do Amapá, e José Vagalume dos San‐ tos, um dos principais fundadores da Escola de Samba Maracatu da Favela, criada em 1957. ● Revista DIÁRIO - Outubro 2015 - 10
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