Revista Diário - 12ª Edição - Novembro 2015
garquia assume o poder, ela está tradicionalizando o mesmo processo ideológico oligárquico”, diz o sociólogo Fernando Canto, enquanto Job Miranda diz que “os po‐ líticos continuam com as mesmas práticas, não mostra‐ ram novidades, mantêm o mesmo pensamento no as‐ pecto político, o mesmo pragmatismo, o mesmo indi‐ vidualismo e os mesmos modelos de sobrevivência política”. Para Job Miranda, podem até existir pensamentos políticos diferentes, divergentes, mas o ‘modus ope‐ randi’ entre eles são muito parecidos. E romper com esse círculo vicioso é o grande desafio das novas lide‐ ranças locais. Se de um lado as oligarquias são consideradas or‐ ganizações que estão se perpetuando no poder esta‐ dual e transplantando para gerações mais novas o mesmo modelo de gerir o patrimônio político, por ou‐ tro, vão brotando entre elas novas lideranças indepen‐ dentes das raízes familiares. O sociólogo Fernando Canto diz ter havido mu‐ danças no modo de pensar e comportamental desses independentes, embora seja um sinal ainda muito pe‐ queno. Porém, a sobrevivência no jogo é o grande di‐ lema. Quando o assunto é inovação política, tanto Canto quanto Miranda são categóricos em afirmar que ne‐ cessariamente precisam surgir lideranças capazes de romper com os círculos viciosos das oligarquias e, além disso, terem a capacidade de conduzir as alian‐ ças políticas para não serem engolidas por elas. “As lideranças políticas independentes precisam enfrentar essa realidade oligárquica. O estado precisa de uma nova forma de condução política que não seja aquela dos amigos do rei. É necessário um novo siste‐ ma de consciência política. É imprescindível um cré‐ dito de honestidade para que se possa melhorar as condições sociais e gerir o real desenvolvimento que precisamos”, acredita Fernando Canto. Numa outra vertente, Job Miranda elege o combate à corrupção como o maior desafio para a nova geração. “Enfrentar a corrupção, melhorar a arrecadação, dar outro norte para a economia, entre outros pontos, são medidas que precisam ser tomadas. Enquanto não se mudar alguns pontos necessários para o real desen‐ volvimento do estado e municípios, o Amapá continua‐ rá estagnado como reflexo da política que se pratica aqui”, conclui. Se no painel das análises políticas sobre as velhas e novas gerações de políticos cabe perceber existirem brechas para um novo pensamento político, vale a pe‐ na lembrar que o Amapá tem potencial humano, cul‐ tural e econômico incalculável, capaz de fazer sorrir qualquer Bertolt Brecht da vida. Revista DIÁRIO - Novembro 2015 - 77 Acácio Favacho Nilson Borges Jorge Amanajás Moisés Souza Davi Alcolumbre Ericlaúdio Alencar
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