Revista Diário - 12ª Edição - Novembro 2015
O professor João Luiz diz que o Amapá possui uma situação diferenciada do ponto de vista de suas fronteiras, pois é o único país da América do Sul a fazer fronteira com um vizinho que tem moe‐ da mais forte, como é o caso da Guiana Francesa. Mas diz que não se usufrui dessa condição, pois as trocas comerciais ainda são incipientes, limitadas a Oiapo‐ que, através do comércio local. “Mas o grande porte ainda não está sendo aproveitado nesse sentido eco‐ nômico, o que só virá com a abertura da ponte bina‐ cional sobre o rio Oiapoque, quando poderemos in‐ crementar o turismo e até trocas comerciais”, diz o es‐ pecialista. O professor destaca neste sentido a importância do Porto de Santana, em que pese os problemas atuais com o Cabo Norte do Amazonas, que inviabilizam a passagem de navios de grande porte, mas que ainda é o terminal amapaense o de maior calado na Amazônia, portanto capaz de virar um entreposto de cargas para toda a região. Ele também opina sobre o projeto de es‐ coar a produção de grãos do Centro‐Oeste. “Embora falem que o agronegócio hoje é mecanizado, que subs‐ titui mão de obra, aqui é uma grande novidade, não existe agronegócio, então a expectativa é de que possa gerar emprego e renda, além de insumos para outras economias, como a produção de alimentos”, diz. João Luiz pontua que embora o país venha apre‐ sentando números acanhados sobre crescimento eco‐ nômico, com a possibilidade do governo federal enviar ao Congresso Nacional um orçamento menor que o atual, a situação ganha ares de drama. “Trata‐se de um câncer muito grande que precisa ser extirpado, mes‐ mo não vendo ainda a possibilidade disso ser feito, adotam paliativos como a volta da CPMF, sangrando mais um pouco o bolso do contribuinte, que já vem sendo sacrificado há muito tempo”, pondera. Por fim, o professor de economia alerta para os cuidados que as pessoas devem ter com relação a sa‐ ber lidar com esse momento delicado. “Vem aí o déci‐ mo terceiro salário, a restituição do imposto de renda e em alguns casos gratificação de férias, então não é hora de mais gastos, mas sim pagar dívidas, antecipar a quitação de um empréstimo consignado, por exem‐ plo, ou simplesmente guardar dinheiro para as des‐ pesas do início do ano, com rematrícula, IPVA, IPTU, por aí”, diz. Dicas para o enfrentamentodacrise econômica A chegada do agronegócio ao Amapá Oporto Foto: Antônio Feijão O projeto de escoar grãos do Centro- Oeste do país pelo Porto de Santana, no Amapá, entra no rol das apostas para o enfrentament o da crise. Mas é recebido com cautela. Revista DIÁRIO - Novembro 2015 - 71
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