Revista Diário - 12ª Edição - Novembro 2015
MeioAmbiente E specialistas apontam outra causa determinante para o crescimento das invasões em áreas úmidas: o crescimento populacional está levando as famílias de renda alta para as áreas periféricas, numa espécie de fuga dos incômodos decorrentes da concentração de pessoas no centro, principalmente a poluição sonora e mesmo visual, advindo, daí, a especulação imobiliária de barracos vendidos por valores baixíssimos e transformados em imponentes imóveis, que são erguidos após o aterro das áreas, cujos resultados são catastró icos para o meio ambiente. Para o pesquisador Antônio Feijão, outra consequência dessas ocupações causa preocupação: a apropriação de áreas ambientalmente frágeis e periféricas acaba ocasionando a ixação de moradias em áreas de proteção ambiental, criando, assim, uma situação de ilegalidade. “Essas áreas estão sendo cada vez mais degradadas, causando graves impactos negativos para o meio ambiente”, alerta. Apesar de buscar alternativas, na opinião dele politicamente incorretas, para a realocação dessas famílias, Antônio Feijão acusa o Poder Público de ser omisso com relação ao crescimento de moradias em áreas de ressaca: “Esses problemas tendem a aumentar ainda mais, principalmente com a proximidade de ano eleitoral, porque não há políticas públicas focadas nessa realidade, não se aplicando, como deveria, as leis ambientais vigentes. Se houvesse um ordenamento urbano sério, voltado para a realidade local, os direitos básicos da população seriam respeitados. Para isso, há necessidade de se estabelecer uma política urbana especí ica para as áreas úmidas, o que cessaria as criminosas agressões ao meio ambiente e, ao mesmo tempo, viabilizaria habitações dignas aos moradores”. Ocupação das baixadas nãoé feita só por famílias pobres Revista DIÁRIO - Novembro 2015 - 62
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