Revista Diário - 12ª Edição - Novembro 2015

O lavo Bilac, sob o pseudônimo Pierrot, na Vida Fluminense, a secção do Combate onde se encadeavam sáti‐ ras, verrinas e pasquinadas, publicou este tópico de crueldade um pouco reles e boçal, entre outros, onde se agridem os lorianis‐ tas, a duas mãos: “As Lembranças da Semana, folhetim do Jornal do Comércio, bem estão merecendo da nossa crônica uma menção especial. O autor das “Lembranças” é um empregado do governo, professor de Mitologia da Es‐ cola de Belas Artes. Esse moço bem podia ganhar e ingerir o seu ordenado completa‐ mente sem rebaixamento de caráter e sem alusões indignas. Ele, entretanto, prefere comer esse pão que o diabo amassou, re‐ passando‐o pela manteiga do servilismo e da adulação. É muito pretensioso quando pensa que incensando o marechal Deodoro o arrasta para as bandas lorianistas, onde a desonra impera. Talvez não seja preten‐ são, talvez seja amolecimento cerebral, pois Raul Pompéia masturba‐se e gosta de, altas horas da noite, numa cama fresca, à meia luz de veilleuse mortiça, recordar, amoroso e sensual, todas as beldades que viu duran‐ te o dia, contando em seguida as tábuas do teto onde elas vaporosamente valsam”. Falam‐se, à data, que o autor do tópico era Oscar Rosa, na ausência de Olavo Bilac, impedido por uma das costumeiras aven‐ turas boêmias, durante dois dias, um que a cerveja tinha sido demais... verdade ou mentira, pelo silêncio, ele sancionara a es‐ túpida agressão, assumira tacitamente a autoria convivera com a violência inútil, fe‐ rindo o amigo de sempre. O autor do O Ateneu, julgou injurioso o artigo e julgando ser Bilac o autor o desa‐ iou para um duelo, para o qual Olavo Bilac achou desnecessário. Pompéia entrou em profunda depres‐ são. A 23 de dezembro de 1877, ao se en‐ contrar com Araripe Júnior, seu amigo e confrade, no centro da cidade, Raul Pom‐ péia teve uma explosão de revolta pelo mundo que o rodeava. ‐ Lama! Sinto o cheiro de lama podre até nas conjunções das frases quando penso! Exclamava sacudido por um ataque de ner‐ vos em desordem. No Dia de Natal de 1895, com apenas 32 anos, veio a falecer, suicidando‐se com um tiro no peito numa Noite de Natal no escri‐ tório da casa onde morava com a mãe. E-mail: otonaracy@uol.com.br OtonAlencar Falam-se, à data, que o autor do tópico era Oscar Rosa, na ausência de Olavo Bilac, impedido por uma das costumeiras aventuras boêmias, durante dois dias, um que a cerveja tinha sido demais... verdade ou mentira, pelo silêncio, ele sancionara a estúpida agressão, assumira tacitamente a autoria convivera com a violência inútil, ferindo o amigo de sempre. Oton Alencar, Pastor da Igreja Assembleia de Deus, bioquímico, teólogo e advogado ARTIGO Ogestotresloucado deRaulPompéia Revista DIÁRIO - Novembro 2015 - 25

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